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Teodora, de ‘Fina Estampa’, inspira a ‘moda periguete’ do verão 2012

Para Aguinaldo Silva, a personagem de caráter duvidoso de Carolina Dieckmann significa a derrota do feminismo. Mas seu figurino, de gosto igualmente duvidoso, agrada até a mães de família

Por Patrícia Villalba
4 fev 2012, 09h39

As moças andam embaladas a vácuo, não se pode deixar de notar. E, embora as tendências da moda oficial sejam outras, nas ruas o verão é do top e do shortinho, dos vestidos drapeados e ultracurtos, das sandálias douradas bem altas e das bolsas falsificadas de grife. É a “moda Teodora”, inspirada na personagem de Carolina Dieckmann em Fina Estampa, a novela das 9 da Globo. Por consequência, é também a “moda da periguete”, tipo que chama a atenção do autor Aguinaldo Silva. “Mesmo antes dela aparecer na novela já se dizia na casa de Griselda que Teodora era uma periguete”, lembra ele. “Esse é um dos tipos mais populares no Brasil atualmente – a da moça que usa de todos os artifícios, digamos assim, da sensualidade, para se dar bem na vida.”

Teodora, a personagem de Carolina Dieckmann em 'Fina Estampa': figurino periguete é sucesso de público
Teodora, a personagem de Carolina Dieckmann em ‘Fina Estampa’: figurino periguete é sucesso de público (VEJA)

É uma moda que veste um tipo duvidoso de caráter, mas não só ele. Aderem ao figurino de gosto – esse sim duvidoso – até mães de família. “Peraí, colega, que qualquer mulher pode querer roupa sensual, não é só a periguete que usa”, esclarece Heloana Cabral, gerente de uma loja na Rua do Ouvidor, no Centro, que é conhecida como “a loja” das funkeiras cariocas. “Aqui tem piriguete, trabalhadora de escritório, faxineira, patricinha e muita turista”, diz a gerente, que registra a venda de algumas dezenas de shorts – a R$ 24,99 – enquanto conversa com a repórter. A vitrine chama a atenção: a “ex-panicat” Dani Bolina e seu corpo superlativo divide espaço com manequins também turbinadas. “É o corpo da moda, né, colega? Mas a magrinha também pode usar”, garante Heloana.

Periguete, termo que não surgiu no Rio, mas na Bahia, e acabou sendo associado ao funk carioca, tem a ver com “a perigo”, sexualmente falando. Mas a julgar pelas periguetes da ficção, sempre interessadas em conquistar um sujeito que as sustente, a coisa tem mais a ver com “elas são um perigo”. “É uma figura que causa curiosidade, porque o periguetismo tem um componente de perda da compostura, digamos assim, e também tem a ver com a evolução do comportamento feminino para uma atitude mais pagã e celebratória”, opina o escritor Alex Antunes, autor do romance A Estratégia de Lilith, que acaba de virar filme (Augustas, de Francisco Cesar Filho).

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Mas embora sejam cantadas em verso e prosa como as donas do pedaço – “poderosa” é um termo que elas adoram – as periguetes estão longe de representar um neofeminismo, ainda que os corpos musculosos possam ser visto como uma tentativa de superação dos homens. “A periguete, do modo como proliferou no nosso país, para mim significa a derrota do feminismo, o que é uma pena: são moças que sentem a maior satisfação – eu diria até orgulho – em ser objetos sexuais… Desde que isso as ajude a alcançar o objetivo de se dar bem na vida. O problema é que a periguete é não apenas um tipo, mas é também uma pessoa. Teodora mostra isso: ela quer se dar bem, mas o bom sentimento que é o seu amor pelo filho é maior que este desejo”, anota Aguinaldo, que no episódio do afogamento de Quinzé já deu sinal de que a vilã sensual das 9 deve alcançar a redenção – quem sabe antes do capítulo final.

Galeria de fotos: Periguetes são personagens inesquecíveis

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