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‘Somos nós que damos lucro às editoras, mas o governo não reconhece’, diz jovem autora citada por Paulo Coelho

Carolina Munhóz, do livro fantástico 'A Fada', foi um dos nomes mencionados pelo 'mago' para explicar sua desistência de participar da Feira de Frankfurt

Por Da Redação
7 out 2013, 18h20

A escritora Carolina Munhóz, autora do livro A Fada (Casa da Palavra) recém-contratada pela editora Rocco, se diz “honrada” por ser citada por Paulo Coelho como um dos autores que deveriam estar na lista do Ministério da Cultura (MinC) para a Feira do Livro de Frankfurt, que acontece na Alemanha da próxima quarta-feira até domingo. A ausência de Carolina e de outros jovens artistas sugeridos por Coelho teria sido o motivo que o levou a desistir de participar da feira alemã, a maior do mundo na área. “Acho sensata a decisão dele, pois temos uma grande diversidade de escritores, mas, em eventos como este, alguns são privilegiados em detrimento de outros”, disse Carolina em entrevista ao site de VEJA. “Existe uma geração de autores que atraem público para as bienais e que geram lucros para as editoras. No entanto, esses escritores não se sentem representados pelo governo.”

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Em entrevista ao jornal alemão Welt am Sonntag, publicada neste domingo na Alemanha, Paulo Coelho citou o nome de Carolina Munhóz e de outros jovens escritores que não foram contemplados pela curadoria do MinC para representar o Brasil em Frankfurt: Eduardo Spohr, Thalita Rebouças, André Vianco, Felipe Neto e Raphael Draccon, marido de Carolina. Segundo ele, a lista de profissionais selecionados, 70 no total, não contempla o novo cenário literário brasileiro. “Eu duvido que sejam todos escritores profissionais. Dos 70 convidados, conheço apenas 20, os outros 50 nunca ouvi falar. Presumo que sejam amigos de amigos de amigos. Nepotismo”, diz Coelho. Na lista, estão nomes como Ruy Castro, José Miguel Wisnik, Mauricio de Souza e Ruth Rocha.

O “mago” conta que tentou usar sua influência para levar esses jovens artistas para a feira. Mas sua demanda não foi atendida, o que culminou no boicote ao evento. “Por protesto, eu decidi não ir mais para Frankfurt”, disse ao jornal alemão, onde as críticas se estenderam para a política brasileira e as recentes manifestações que tomaram o Brasil. “Para mim, o atual governo brasileiro é um desastre. Onde quer que eu vá, as pessoas sempre me perguntam o que está acontecendo de errado em meu país. O governo fez grandes promessas e não as manteve. Isso é o que está acontecendo de errado”, diz o autor. “Não importa onde você olha, o demônio da corrupção está olhando de volta pra você.”

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Jovens autores – Além de Carolina, os outros jovens escritores citados nominalmente por Coelho se manifestaram em suas contas pessoais nas redes sociais. O humorista Felipe Neto, autor do livro Não Faz Sentido – Por Trás da Câmera, da editora Casa da Palavra, foi ao Twitter para dizer que se sentia “lisonjeado” pela menção feita por Coelho. “Entre os seis autores que Paulo Coelho diz que deveriam estar na feira de Frankfurt, um deles sou eu”, escreve. Apesar da felicidade, Neto disse não se sentir digno da feira, mas ofereceu apoio aos outros nomes listados, como Carolina Munhóz e Thalita Rebouças.

O agradecimento também foi feito por André Vianco, autor de histórias fantásticas, como Sementes no Gelo e a série O Turno da Noite, ambas publicada pela Novo Século. “Pôxa, ser lembrado pelo mestre Paulo Coelho é algo emocionante. Paulo, muito obrigado pelo apoio e por enxergar…”, escreve.

Bastidores – Segundo uma fonte ouvida pelo site de VEJA que pediu por sigilo, a atitude de Paulo Coelho é vista com estranhamento e uma possível tentativa de se promover. Durante as negociações, Coelho fez diversas exigências para participar da Feira, como um espaço privilegiado. “Por que a lista de Paulo Coelho é mais significativa que a feita pela curadoria do evento? Isso não é um protesto, é uma exigência. Ele não vai porque os autores que ele quer não vão”, diz a fonte.

A fonte também levanta a suspeita de Paulo Coelho tenha ficado insatisfeito por não ter um lugar especial entre os autores brasileiros convidados do evento. O escritor, no entanto, rebateu a acusação de que teria pedido por privilégios em um post em seu blog pessoal. “EU NUNCA pedi isso (um auditório de 1.000 lugares no evento), tinha um auditório de 600 lugares na feira, e um de 2.000 lugares no Maritm Frankfurt”, escreveu.

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