Sete filmes imperdíveis do Festival Varilux 2016
Evento tem início nesta quarta-feira e segue até dia 22 em cinquenta cidades, com 15 longas inéditos e homenagem ao clássico ‘Um Homem e uma Mulher’, de Claude Lelouch, que completa meio século
Para quem quer fugir dos super-heróis e de outros blockbusters que infestam as redes de cinema, um alento: começa nesta quarta-feira a 7ª edição do Festival Varilux de Cinema Francês, que até 22 de junho exibe 15 longas de qualidade acima da média, além do clássico Um Homem e uma Mulher, de Claude Lelouch, que ganha homenagem em seu aniversário de 50 anos.
Entre os destaques da programação, estão Chocolate, de Rochsdy Zem, e Meu Rei, de Maïwenn, filmes de abertura do Festival de Cannes de 2015; Agnus Dei, de Anne Fontaine; Flórida, de Philippe Le Guay; e a comédia Lolo, o Filho da Minha Namorada, de Julie Delpy.
Neste ano, o festival acontece em 50 cidades, espalhadas por quase todos os Estados brasileiros, exceto Acre, Rondônia, Amazonas e Roraima. A programação completa dos cinemas e dos filmes participantes pode ser conferida no site oficial do evento.
Confira abaixo uma seleção de sete filmes do Varilux 2016:
‘Um Homem, uma Mulher’
Título que deu prestígio a Claude Lelouch, além de dois Oscars e a Palma de Ouro em Cannes, o longa conta a história de amor entre dois viúvos (Anouk Aimée e Jean-Louis Trintignant). A trilha, de alto nível, é embalada pelos acordes de Frances Lai, com direito a Samba Saravah, de Baden Powell e Vinicius de Moraes.
‘Meu Rei’
Talvez o maior destaque da edição deste ano, o filme traz Vincent Cassel como um possível cafajeste – assista e decida. Ele é Georgio, um solteirão bon vivant que se apaixona por Tony (Emmanuelle Bercot), uma mulher com quem tem vontade de ter filho e formar uma família. Nada é tão simples ou convencional, porém, para Georgio, como se vê nas diversas viradas do filme. De Maïwenn Le Besco, atriz que também empreende como diretora e tem aqui o seu maior projeto.
‘Agnus Dei’
O drama conta a história de um convento na Polônia em que as freiras são estupradas por soldados russos após a Segunda Guerra Mundial. Mathilde Beaulieu (Lou de Laâge) é uma jovem médica da Cruz Vermelha que socorre em segredo as várias freiras, que engravidaram, e estão a ponto de dar à luz. O pesado drama ainda traz uma reflexão sobre religião e aceitação com o confronto entre a médica ateia e racionalista e as freiras, ligadas às restritas regras de sua vocação religiosa.
‘Chocolate’
O filme conta a história do palhaço Chocolat (Omar Sy), primeiro artista circense negro da França. O duo inédito formado com Footit (James Thierrée) alcança um imenso sucesso na Paris da Belle Époque antes que a fama, o dinheiro fácil, o jogo e as discriminações desgastem a amizade da dupla e a carreira de Chocolat. O filme retrata com muito espetáculo a história do artista e foca em muitas partes no preconceito racial da sociedade parisiense.
‘Os Cowboys’
Primeira experiência na direção do roteirista Thomas Bidegain, que parte da clássica estrutura de Odisseia – um herói em busca de algo – para narrar a história do pai que procura pela filha a partir do dia em que, aos 16 anos, ela foge de casa para viver com o namorado árabe, Ahmed. A presença muçulmana na França, assunto que vem se mantendo quente graças a tragédias como o atentado à revista satírica Charlie Hebdo e o ataque ao bairro boêmio de Paris, no segundo semestre de 2015, é mais que o pano de fundo da história, que fala ainda de globalização. A família da garota é que dá título ao filme. São eles os caubóis, bem ao estilo americano: chapéu da cabeça, cinto com fivela grande, bota e música country.
‘Lolo, o Filho da Minha Namorada’
A indicada a dois Oscars Julie Delpy (Antes da Meia-Noite) dirige e protagoniza a comédia que conta a história de Violette, uma parisiense quarentona que trabalha no mundo da moda e que conhece Jean-René (Dany Boom), um modesto técnico de informática recém-divorciado durante suas férias no sul da França. René junta-se a ela em Paris, tentando se adaptar ao ambiente no qual ela vive. Mas não conta com a presença de Lolo (Vincent lacoste), filhinho mimado de Violette, disposto a tudo para destruir o casal e conservar seu lugar de favorito.
‘Flórida’
Comédia dramática sobre o declínio da memória na velhice, o longa de Philippe Le Guay acompanha os solavancos de Claude Lherminier, indistrial aposentado que aos 80 anos sofre para assumir que precsia de ajuda, embora tenha constantes ataques de confusão e esquecimentos, e também a sua relação com a filha, que pena para lhe dar assistência.