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Sapucaí: do voo do Aladim à bruxa solta na Avenida

Segundo dia de desfiles tem surpresa da Mocidade e mais um acidente envolvendo carros alegóricos. Mangueira e Portela estão na briga pelo título

Por Thiago Prado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 abr 2021, 14h07 - Publicado em 28 fev 2017, 08h05

Foi um carnaval inesquecível. Não pela qualidade dos desfiles (longe disso, aliás). Mas, sim, pelos dois dias de tragédias envolvendo carros alegóricos. O saldo cruel de mais de três dezenas de feridos em 24 horas deixou em segundo plano o desempenho das escolas este ano. Contribuiu também o fato do Carnaval 2017 não ter tido nenhum desfiles daqueles arrebatadores – ou seja, quando não há dúvidas sobre quem será campeão.

A Mangueira fez o melhor desfile já ao amanhecer da terça-feira. Talvez saísse como a grande favorita não fosse um imenso buraco deixado na Avenida durante a evolução da escola. A Mocidade surpreendeu, mas, por estar há muito tempo longe da briga pelo título, desperta desconfiança daqueles que desejam prever o resultado. Sem erros, embora inferior ao ano passado, a Portela também pode brigar pelas primeiras posições.

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Abaixo um pequeno resumo da atuação de cada uma na Avenida:

União da Ilha

A escola abriu o desfile de segunda-feira aparentando estar disposta a fazer uma apresentação acima da sua própria média nos últimos anos. O penúltimo lugar no ano passado acendeu o sinal de alerta na agremiação.

Com um abre-alas gigantesco, a Ilha tentou desenvolver na Avenida o difícil e genérico enredo sobre a relação do tempo com o universo. O impacto visual limitou-se ao início. O nível de sofisticação das alegorias foi caindo conforme o andamento do desfile.

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Houve ainda problemas com a evolução da escola a partir dos 50 minutos de desfile. A Ilha teve que acelerar a velocidade dos seus integrantes para não violar o tempo permitido. Um carro alegórico, o quinto, teve problemas com a iluminação. Pelo visto, foi um desfile suficiente apenas para se manter no Grupo Especial em 2018.

São Clemente

Desde que contratou a carnavalesca Rosa Magalhães em 2014, a expectativa da escola de amarelo e preto era mudar de patamar. Rosa é um dos expoentes do Carnaval carioca, detentora de 7 títulos na Avenida, a maioria deles na era de ouro da Imperatriz, nos anos 90.

A grife mais uma vez não foi capaz de levar a São Clemente a brilhar. O enredo até que era simples. O tema sobre os reinos franceses foi facilmente assimilado pelo público. O problema ficou na execução das ideias. Simples demais, fantasias e carros alegóricos deixaram a desejar. Parece ser mais um ano para a São Clemente se contentar com o pelotão de baixo do ranking geral das escolas.

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Mocidade

Um desempenho que coloca a escola na briga para voltar ao desfile das campeãs – algo que não acontece desde o quinto lugar em 2003. Com um enredo sobre o conto clássico As mil e uma noites, a Mocidade apresentou alegorias grandiosas e de muito luxo. O samba também foi um ponto alto da apresentação.

Destaque para a comissão de frente – justamente em um ano em que poucas escolas inovaram neste quesito. Com o objetivo de encenar as manifestações populares marroquinas, trouxe referências à história de Aladim. Um tapete impulsionado por um aeromodelo sobrevoou a Avenida com um boneco em cima. Contagiou as arquibancadas, algo também pouco comum nos desfiles deste ano.

Unidos da Tijuca

A cara de decepção e angústia era nítida entre os integrantes da escola tijucana. O acidente que deixou feridos integrantes de um carro alegórico tornou o desfile atípico.

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Completamente atrasada, a Tijuca correu para não estourar o cronômetro – mesmo assim acabou atrasando em um minuto. O segundo carro da escola, o Nova Orleans, quebrou, deixando integrantes feridos. Parte da alegoria desabou e pelo menos 12 pessoas tiveram que ser atendidas em hospitais. Durante o salvamento das vítimas, alas inteiras ultrapassaram carros para poder entrar na pista. No fim, três alegorias chegaram a entrar na sequência para concluir o desfile.

Foi realmente uma pena. A Tijuca mostraria um desfile criativo, com muitas alegorias diferentes e coreografadas. A homenagem à música americana fez a escola investir pesado no desfile – cogitou-se até convidar a cantora americana Beyoncé para estrelar o último carro. Agora, vai depender da boa vontade dos jurados para não perder muitos pontos e não ser rebaixada. Se tivesse desfilado normalmente, a Tijuca poderia ter brigado pelo caneco.

Portela

É inegável que a régua de exigência do público no Sambódromo aumenta a cada ano que o carnavalesco Paulo Barros apresenta um trabalho. Refém da sua histórica originalidade, especialmente na criação de alegorias, Barros mais uma vez será cobrado por não ter trazido inovações à Sapucaí.

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A Portela desfilou um enredo sobre águas. Não havia desta vez um carro estonteante. Um deles, que teria pessoas de cabeça para baixo dentro de uma canoa, chegou a ser alterado. Bonecos foram colocados no lugar de última hora para que acidentes fossem evitados.

Mesmo assim, foi um desfile tecnicamente correto da Portela. Para Barros, “perfeito”. Especialmente por ter alas e fantasias muito bem acabadas.

A escola de Madureira pode brigar pelo título. E o ex-prefeito Eduardo Paes, que dizia ter o sonho de ver a Portela campeã durante o seu mandato, pode ficar com fama de pé-frio caso a vitória aconteça.

Mangueira

Especulado como reforço do Salgueiro para 2018, o jovem carnavalesco Leandro Vieira ofereceu ao público mais um trabalho fantástico. Aos 33 anos e campeão com a escola no ano passado, ele levou à Avenida um enredo sobre a fé do povo brasileiro.

Destaque para um carro homenageando São Jorge, com um grande balão simulando a lua. A bateria deu show, com diversas paradinhas durante o desfile.

Se repetir o feito de 2016, a Mangueira conseguirá um bicampeonato alcançado pela última vez no biênio 1986/87.

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