Roberto Minczuk deixa a direção artística do Theatro Municipal do Rio
Exoneração serviria para o maestro se dedicar integralmente à Orquestra Sinfônica Brasileira, em crise desde janeiro devido a desentendimento com músicos
Em meio a uma crise que se arrasta desde janeiro, com desentendimentos entre os músicos da Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), o maestro Roberto Minczuk pediu, nesta segunda-feira, exoneração do cargo de diretor artístico do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. A justificativa oficial é a de que o regente poderá, assim, dedicar-se integralmente à direção da orquestra.
A saída ficou decidida após uma reunião ocorrida pela manhã, com a OSB. Até então, Minczul ocupava os cargos de diretor artístico do Municipal e de regente titular da orquestra. Uma nota emitida pelo Theatro Municipal informa: “O conselho formalizou ao maestro o desejo de tê-lo integralmente dedicado à reestruturação por que passa a orquestra e pediu seu desligamento do Theatro Municipal. Frente às circunstâncias, a presidente da Fundação Teatro Municipal, Carla Camurati, aceitou o pedido de Roberto Minczuk.”
O regente titular da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal (OSTM), maestro Sílvio Viegas, passa a responder interinamente pela direção artística da casa. O acúmulo de funções por Roberto Miczuk vinha sendo criticado pelos músicos do teatro. Com a OSB, a crise era bem mais profunda: depois de alguns afastamentos, o clima ficou tão tenso que parte do corpo da orquestra pedia à fundação que administra a orquestra que o maestro fosse afastado.
A crise começou depois que a fundação, por indicação do maestro, impôs uma avaliação de desempenho aos músicos e depois demitiu 33 deles, que se recusaram a participar. Os músicos realizaram, nesta segunda-feira, uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) em que reiteraram denúncias de supostos desmandos da Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB) e do regente.
(Com Agência Estado)
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