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Restauração dá mais 500 anos de vida à ‘Última Ceia’, de da Vinci

A obra está pintada nas paredes do convento da igreja Santa Maria delle Grazie, em Milão. O investimento é de 1 milhão de euros (R$3,7 milhões)

Por Thaís Botelho Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 22 ago 2017, 13h28 - Publicado em 19 ago 2017, 19h12

Acredita-se que, a cada 100 anos, seja feito algum tipo de restauração para preservar a obra mais representativa da arte italiana, A Última Ceia, de Leonardo da Vinci (1452-1519). Desta vez, será no sistema de ar do refeitório da Santa Maria delle Grazie (Igreja Nossa Senhora das Graças), em Milão, onde está pintada. Juntamente com o Ministério do Patrimônio e da Cultura e Turismo da Itália, Oscar Farinetti, piemontês fundador do super-empório italiano Eataly, é quem está por trás do projeto. “Garantiremos mais 500 anos de vida à obra”.

Ele falou a VEJA:

Como está a obra A Última Ceia, hoje? É extraordinária. Uma das maiores expressões de arte para o mundo, pintada no anexo da Igreja Santa Maria delle Grazie (Igreja Nossa Senhora das Graças), em Milão, na Itália. Mas é muito frágil por três motivos: devido à técnica com a qual foi pintada no final do século XV, por conta da degradação lenta e diária devido às micropartículas de poeira introduzidas minimamente pelos 400 000 visitantes anuais e, por fim, pela própria composição do ar da cidade. Por isso, o Ministério do Patrimônio e da Cultura e Turismo aprovou um importante projeto de restauração de ar no local.

Em 1999, uma equipe de especialistas liderada pela conhecida restauradora de arte italiana Pinin Barcilon concluiu a restauração da obra, após um período de 20 anos. Como será, agora, esta restauração de ar? Agora, teremos uma grande máquina para fazer a purificação do ar do local onde está a pintura. Será a primeira restauração desse tipo. Este novo trabalho consiste em permitir a entrada de mais de 10.000 metros cúbicos de ar limpo diariamente; muito mais do que os 3.500 metros cúbicos que entram hoje.

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É verdade que Da Vinci teria sido contratado para pintar a obra, mas, por causa da suposta má escolha dos materiais, a tinta já teria começado a desbotar enquanto ele ainda estava vivo? Acredita-se nisso. Há curiosidades: a obra tem 4 metros de altura, 9 metros de largura, e acreditam que seja um afresco (sob camada de material fresco) quando na verdade não é. Leonardo da Vinci utilizou na parede uma técnica que sempre foi comum no papel: a têmpera; que consiste em uma aglutinação de materiais capaz de dar um brilho particular, além de vivacidade e sensação de frescor. Porém, essa técnica deixou a obra muito fraca e com menos durabilidade – tanto que poucos anos depois de sua realização já começou a arruinar.

'A Última Ceia', de Leonardo da Vinci
‘A última ceia’, de Leonardo da Vinci (Reprodução/VEJA)

Quanto tempo deve durar essa restauração de ar? Já começou e deve terminar em 2019, ano em que srá celebrado o 500º aniversário da morte de Leonardo da Vinci. Por sua fragilidade, apenas 30 pessoas visitam a obra por vez. A restauração ambiental garantirá não apenas mais 500 anos de vidaà obra, como também permitirá aumentar muito o número de visitantes.

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Frequentadores do Eataly ajudarão a pagar o projeto? É um projeto de mais de 1 milhão de euros: metade será financiado pelo Eataly, como único patrocinador privado, e a outra parte ficará a cargo do Ministério do Patrimônio e da Cultura e Turismo, da Itália. Entramos com 1 milhão de euros.

A obra representa o último jantar de Jesus com seus discípulos e o senhor é católico. Algum significado pessoal? Representa o momento em que Jesus diz: “Em verdade, vos digo que um de vocês me trairá”. A partir daquele momento, os discípulos olham perplexos para entender e perguntar quem é que vai trair Jesus. A pintura retrata um jogo de olhares e posturas corporais com fortes conotações simbólicas. Até mesmo as mãos dos discípulos estão todas, ao meu ver, em posições muito significativas. A pintura traz emoção e nos envolve no drama do que está ocorrendo ali. Já aconteceu de essa obra me emocionar muito ao pensar na consciência de Jesus naquele tempo, ao aceitar seu destino com aquela expressão serena no rosto. Os discípulos têm medo do que poderia estar por vir. Ele não.

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