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Presidiário brilha em Cannes. Sem comparecer

Protagonista de 'Reality', do diretor italiano Matteo Garrone, de 'Gomorra', não conseguiu autorização judicial para participar de festival

Por Carlos Helí de Almeida, de Cannes
18 Maio 2012, 12h05

Quatro anos depois de arrebatar o Festival de Cannes com um potente retrato do crime organizado italiano, o diretor Matteo Garrone volta ao festival da Riviera Francesa com Reality, comédia de tom amargo que se pretende uma crítica ao fascínio exercido pelos games shows televisivos. Exibido na manhã desta sexta-feira para a imprensa, o filme não causou o mesmo efeito que Gomorra, seu trabalho anterior, que saiu com o Grande Prêmio do Júri na edição de 2008.

Escrito a 12 mãos – duas delas do próprio diretor -, Reality descreve a espiral de loucura de Luciano (Aniello Arena), um simplório pescador de Nápoles obcecado pelo Big Brother italiano, e a fama concedida a seus participantes. Interpretado por um presidiário que integra um grupo de teatro, ele é um pai de família tranquilo, que recorre a pequenos truques para complementar a renda de sua peixaria, até o dia em que sua filha menor o convence a fazer testes para a nova edição do programa.

Obessão – A partir daí, a percepção de Luciano sobre a realidade começa a mudar perigosamente. Contaminado pela ideia de que o programa de TV invadiu a sua vida, Luciano fará de tudo para realizar o sonho de se ver na casa dos brothers. Mas Garrone passou a coletiva inteira se esquivando de falar mais abertamente sobre o fenômeno Big Brother – talvez porque seu filme seja cofinanciado pela RAI, a TV estatal que produz a versão italiana do game.

“Meu filme não é uma crítica a um programa de TV específico. É apenas uma fábula sobre pessoas que veem esse tipo de show como um Eldorado, um paraíso terreno a ser conquistado”, explicou o diretor, que desculpou-se pela ausência de seu protagonista no encontro. “Ele é interno de uma prisão que há oito anos trabalha na Companhia de Fortaleza, um grupo teatral formado por presidiários. Durante as filmagens, ele trabalhava conosco durante o dia e voltava para o presídio à noite. Mas não conseguiu permissão para vir a Cannes”.

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Aniello Arena está detido há cerca de 18 anos na prisão de Volterra (Pisa), por causas não reveladas pelo diretor, e há 12 anos começou a fazer teatro na companhia La Fortezza, criada dentro do presídio. Garrone o viu atuar em uma representação e chegou a cogitar seu nome para atuar em Gomorra, mas, na época, não obteve a autorização judicial necessária.

(Com EFE)

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