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Prefeitura estuda cortar mais blocos na zona sul do Rio

Folia movimentou 4 milhões de foliões. Tendência é levar para o centro e o Aterro do Flamengo as agremiações que incharam além do esperado. AfroReggae levou 400 mil pessoas a Ipanema - o dobro do previsto

Por João Marcello Erthal e Cecília Ritto
23 fev 2012, 09h12

“Transferir blocos de lugar ajuda a ajustar as coisas. O Bloco da Preta, por exemplo, é um sucesso incontestável em seu novo local, no centro”, avalia o secretário

A festa ainda não terminou, mas os números parciais da prefeitura do Rio, divulgados na tarde desta Quarta-Feira de cinzas, indicam que o Carnaval de rua na cidade reuniu, este ano, 4 milhões de foliões, em 372 desfiles de 316 blocos. Se a capacidade de realizar grandes eventos conta pontos para o local que receberá em breve os Jogos Olímpicos de 2016, a folia deve ser levada em conta como um teste importante. Apesar das diferenças entre eventos como Copa e Olimpíadas e as festas de rua, há muitos quesitos em comum. Os principais, transporte e segurança.

“Consideramos o Carnaval de rua um sucesso. Claro que sempre há algum transtorno com a passagem de um bloco. Mas este ano, com uma preparação de mais de 30 dias antes da festa, conseguimos reduzir muito todo tipo de transtorno”, avaliou o secretário de Turismo do município e presidente da RioTur, Antônio Pedro Figueira de Mello, em entrevista ao site de VEJA.

Como não é possível limitar o número de foliões, o Carnaval de rua passa por uma reavaliação permanente. Apesar de ainda não haver decisão sobre mudanças de locais para 2013, Antônio Pedro acredita que serão necessários novos ajustes. Ou, como afirma, um “pente fino”, como o que ajudou a organizar o Carnaval nas ruas da zona sul. Uma das medidas é a proibição de novos blocos nas orlas de Ipanema e Leblon e nas ruas internas dos bairros. “Isso está decidido. Ipanema, Leblon, Lagoa, Jardim Botânico, Botafogo e Laranjeiras não têm mais condição de receber blocos. Não determinamos onde cada um deve desfilar, mas podemos dizer que áreas não suportam mais esse fluxo de gente”, explica o secretário.

Duas agremiações estão sendo analisadas com maior cuidado: o AfroReggae, que levou 400 mil pessoas a Ipanema – o dobro do esperado -, e o Vem Ni Mim Que Sou Facinha, no mesmo bairro. “Esses blocos reuniram muito mais gente do que o previsto, e o transtorno não pode passar de um determinado limite”, alerta Antônio Pedro.

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A tendência, para os blocos que crescem mais que o esperado, é o deslocamento do desfile ou da concentração – no caso dos que não desfilam, apenas acontecem em palanques ou carros de som – para o centro ou o Aterro do Flamengo. “Fomos muito felizes no caso do Monobloco, por exemplo. O bloco saía na zona sul e foi para a Avenida Rio Branco. Ali, encontrou sua nova casa, adequada a sua vocação”, explicou.

O Aterro do Flamengo foi a alternativa este ano para a Banda do Sargento Pimenta, que, em seu segundo ano já reuniu 60 mil pessoas, e o Bangalafumenga, que antes saía no Jardim Botânico. “Transferir blocos de lugar ajuda a ajustar as coisas. O Bloco da Preta, por exemplo, é um sucesso incontestável em seu novo local, no centro”, avalia o secretário.

Toda mudança exige negociação com os líderes dos blocos. Mas é certo que não interessa à cidade nem à prefeitura que os blocos inchem sem controle. “O argumento dos diretores de blocos, de que é preciso atrair mais gente para ser um sucesso, não nos comove. O Chora, Me Liga, por exemplo, reclamou que, no Aterro, reuniu menos gente. A função de um bloco não é arrastar multidão, mas reunir amigos e gente que se identifica com aquela ideia”, diz.

Este foi o ano com maior número de sanitários químicos distribuídos pela cidade para o Carnaval de rua. Ao todo, foram 1.150 banheiros deslocados por dia, num total de 5.000 dessas unidades. O cheiro de urina após a passagem dos blocos, se não pode ser totalmente eliminado, foi bastante reduzido nos últimos dois anos. Como o volume de cerveja é proporcional ao de gente, sempre surgem saídas “alternativas”. É cada vez menor o número de foliões que se arriscam atrás de postes, com fiscais autuando e até levando para delegacias quem insiste na sujeita. Em bairros como Santa Teresa, bares e casas de família lucram cobrando ‘tarifas’ em torno de 2 reais para quem quer usar o banheiro. Melhor para o bairro.

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