Prefeitura do Rio quer reduzir blocos no Carnaval de 2014
Eduardo Paes disse que a zona sul da cidade ficou saturada de foliões este ano
Por Da Redação
14 fev 2013, 18h48
Os 492 blocos que desfilaram pelas ruas do Rio de Janeiro no Carnaval de rua deste ano deixaram a cidade saturada, principalmente o Centro e a Zona Sul. Essa é a avaliação do prefeito Eduardo Paes, que já pediu para a Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro (Riotur) estudar uma forma de reduzir o número de blocos para o Carnaval de 2014. Importantes vias, como a Avenida Vieira Souto, em Ipanema, foram parcial ou totalmente interditadas durante boa parte do dia, complicando o trânsito. O grande acúmulo de lixo também preocupa.
“Não tem mais como crescer. Este ano, tivemos um número excessivo de foliões e uma forte concentração na zona sul da cidade”, destacou Paes, em entrevista ao jornal RJTV, da Rede Globo. Além de Ipanema, ele cita Leblon, Flamengo e Laranjeiras como as regiões mais problemáticas. Segundo o prefeito, uma das soluções pode ser impedir alguns desfiles. Todos os blocos precisam de autorização da prefeitura para desfilar, e este ano, 91 pedidos foram indeferidos. No próximo, esse número pode aumentar. “Sabemos que um ou outro bloco tem características essencialmente comerciais”, justificou o prefeito, considerando, porém, positivo o saldo da folia deste ano.
O número de blocos autorizados para desfilar na cidade oscila de ano a ano. No Carnaval de 2013, houve um crescimento na comparação com 2012, quando 425 receberam autorização da prefeitura. Naquele ano, o número foi menor do que os 465 que saíram pela capital em 2011. Já em 2010, eram 461.
Blocos – A Sebastiana – associação independente que reúne 12 blocos da Zona Sul, Santa Teresa e Centro – posicionou-se contrária ao corte no número de desfiles para 2014. Para a presidente da Sebastiana, Rita Fernandes, é fundamental “pensar o Carnaval” com antecedência. “O Carnaval de rua cresceu demais, trazendo inúmeros benefícios para a cidade, mas também problemas. O planejamento da prefeitura tem que ser antecipado, não pode ser feito perto do fim do ano, quando se começa a pensar em Carnaval no Rio”, disse, ao site de VEJA.
Ainda de acordo com Rita, o Carnaval de Olinda, em Pernambuco, é um bom exemplo a ser seguido. “Em Olinda, sentam na mesma mesa sociedade civil, poder público e organizadores de blocos, que têm a vivência do Carnaval. O Rio tem que encarar que o Carnaval veio para ficar e é enorme mesmo.”
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