Polônia rejeita pedido de extradição de Polanski aos EUA
Cineasta é acusado de ter abusado sexualmente de uma jovem menor de idade, em 1977
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Da Redação
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30 out 2015, 15h00
Roman Polanski, diretor de cinema (Elisabetta Villa / Getty Images/VEJA)
Um tribunal de Cracóvia, sul da Polônia, negou nesta sexta-feira o pedido de extradição para os Estados Unidos do cineasta franco-polonês Roman Polanski, 82 anos, acusado de abusar sexualmente de uma jovem de 13 anos em 1977. “O tribunal concluiu a inadmissibilidade de extradição para os Estados Unidos do cidadão polonês e francês Roman Polanski”, declarou o juiz Dariusz Mazur. Os promotores ainda podem recorrer do veredicto. Ainda que a corte acolha o pedido de extradição, caberá ao minisitro da Justiça decidir se entrega ou não Polanski.
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Os Estados Unidos solicitaram em janeiro a extradição do diretor do cineasta, que dirigiu filmes como O Pianista e Chinatown, acusado de violentar Samantha Geimer em 1977, após uma sessão de fotos em Los Angeles. À época, Polanski tinha 43 anos e se declarou culpado de assédio sexual contra a menor. Ele ficou 42 dias em uma prisão americana, de onde saiu graças a um acordo. O diretor fugiu dos EUA no ano seguinte, em 1978, com receio de o juiz encarregado anular o acordo e de ser senteciado a uma pena mais dura. Em mais de uma ocasião, Samantha disse ter perdoado Polanski. O cineasta vive na França, onde também tem cidadania – o país não extradita seus cidadãos -, mas atualmente está na Polônia trabalhando em seu próximo filme.
(Da redação com agências Reuters e France-Presse)
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1. Michelangelo Caravaggio, pintor (1571-1610)
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(Divulgação/Soprintendenza PSAE e PM della città di Roma/VEJA)
Obra: Considerado o maior representante do estilo barroco, foi mestre na arte de manipular o jogo de luz e sombra, o que confere um enorme grau de complexidade à sua obra. São poucos os quadros de Caravaggio que sobreviveram até os dias de hoje, 62 ao todo, como "A Decapitação de São João Batista", "Medusa Murtola" e “A Incredulidade de São Tomé”.
Acusações: Com fama de brigão, Caravaggio foi obrigado a fugir de Roma após assassinar um homem durante uma discussão em 1606. Uma das versões conta que a briga teria ocorrido durante a partida de um jogo similar ao tênis. Ele primeiro se refugiou em Malta, mas acabou se envolvendo em outra briga. Morreu em 1610.
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2. Roman Polanski, cineasta (1933-)
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(Divulgação/VEJA)
Obra: Dirigiu alguns filmes que hoje são considerados clássicos modernos, como o terror "O Bebê de Rosemary" (1968) e o noir "Chinatown" (1974). Ganhou o Oscar de melhor diretor por "O Pianista" (2002)
Acusações: Em 1977, quando tinha 43 anos, Polanski foi preso pela acusação de ter estuprado uma menina de 13 anos. Ao fazer um acordo com a Justiça, o diretor se declarou culpado por ter feito sexo com uma menor de idade, mas acabou fugindo dos Estados Unidos antes que a sentença fosse proferida. Ele passaria mais de três décadas na Europa antes de ser preso pela polícia suíça em 2009. Acabou sendo solto dois meses depois, sem ter sido deportado para os EUA.
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3. Richard Wagner, compositor (1813-1883)
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(Johannes Simon/Getty Images/VEJA)
Obra: Compositor de uma obra brilhante, que inclui algumas das óperas mais importantes da história da música, como o ciclo de épicos de "O Anel dos Nibelungos" e a "Cavalgada das Valquírias". Escreveu simultaneamente a música e libreto para todos os seus trabalhos. Todos os anos suas obras são encenadas no Festival de Bayreuth.
Acusações: Em 1850, ele publicou um ensaio chamado “O Judaísmo na Música”, que pretendia explicar uma suposta antipatia popular aos compositores judeus. Classificou os judeus como um povo com características físicas e comportamentos hediondos e ainda argumentou que os músicos judeus eram capazes apenas de produzirem música superficial porque não tinham conexão com o verdadeiro espírito do povo alemão. Mesmo tendo morrido em 1883, antes da ascensão do Nazismo, o Wagner tem sua obra associada à odiosa ideologia.
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4. Norman Mailer (1923-2007)
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(Charley Gallay/Getty Images/VEJA)
Obra: Um dos símbolos da contracultura, foi autor de mais de 30 livros e permaneceu por décadas como um dos intelectuais mais famosos dos EUA. Ao lado de Truman Capote e Tom Wolfe, ficom conhecido como um dos precursores do gênero de não-ficção conhecido como New Journalism. Escreveu "Os Nus e Os Mortos" (1948), "A Luta" (1965), entre outras obras.
Acusações: Em 1960, depois de uma noite de farra, ele apunhalou sua segunda mulher, Adele Miller, com um canivete. No entanto, ela não prestou queixa e o escritor saiu da prisão rapidamente. Por causa desse episódio, da postura de machão e de alusões a agressões sexuais em sua obra, ele foi alvo do movimento feminista.
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5. Klaus Kinski, ator (1926-1991)
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(Divulgação/VEJA)
Obra: Foi aclamado por suas atuações em filmes como "Aguirre, a Cólera dos Deuses" (1972), "Nosferatu" (1979), "Woyzeck" (1979) e "Fitzcarraldo" (1982), todos em parceria com o diretor Werner Herzog
Acusações: Em 2013, mais de 20 anos após a sua morte, Pola, uma de suas filhas, escreveu em sua autobiografia que Klaus costumava abusar sexualmente dela durante sua infância e adolescência. A atriz Nastassja Kinski, meia-irmã de Pola, confirmou em várias entrevistas que Klaus era um tirano. Ela elogiou a “bravura” de Pola em revelar as acusações publicamente.
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6. Martin Heidegger (1889-1976)
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(Reprodução/VEJA) Obra: Um dos filósofos mais influentes do século XX, o alemão Heidegger é autor de uma vasta obra em que se destacam “Ser e Tempo” (1927), "Que é Metafísica?" (1929), "Da Pergunta sobre o Ser" (1956) e "O Princípio da Razão" (1956). A fenomenologia de Heidegger serviu de inspiração para outras correntes filosóficas, inclusive o existencialismo de Jean-Paul Sartre.
Acusações: Heidegger era filiado ao partido nazista e antissemita. Seus diários recém-publicados revelam que ele tinha uma visão de mundo antissemita e, segundo o filósofo francês Emmanuel Faye, ele transpôs essa interpretação equivocada para sua obra.
Em VEJA: Cartas revelam detalhes do relacionamento entre Hannah Arendt e Martin Heidegger
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7. Paul de Man (1919-1983)
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(Divulgação/VEJA)
Obra: Crítico literário influente, De Man, ao lado do francês Jacques Derrida, é o maior nome do chamado desconstrutivismo – corrente de pensamento que pregava a interpretação de obras por meio de um conjunto de afirmações filosóficas sobre a linguagem e o sentido. Entre suas obras destaca-se “O Ponto de Vista da Cegueira”, publicado pela em 1971.
Acusações: Nos anos 1940, o então jovem jornalista e tradutor foi colaborador ativo de um jornal nazista na Bélgica ocupada e defendia ideias antissemitas. Precisou sair do país sob o risco de ser assassinado por grupos que caçavam colaboradores.