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Pesquisadora rejeita acordo com Roberto Carlos por livro da Jovem Guarda

A vaidade do cantor voltou a dar as caras: dessa vez, ele sugere que a autora do livro que quer censurar errou ao não pedir autorização para publicar uma obra que sequer é uma biografia sua

Por Da Redação
6 jun 2013, 17h19

A sombra de Roberto Carlos não intimidou Maíra Zimmerman. A pesquisadora negou o acordo proposto pelo advogado do cantor a respeito do livro Jovem Guarda – Moda, Música e Juventude, que segundo o músico, cada vez mais aferrado ao papel de censor de livros, feria a sua privacidade e usava de maneira indevida a sua imagem — na verdade, nem era à sua imagem real que ele se referia, mas à ilustração que estampa a obra da pesquisadora, na qual ele aparece ao lado de Erasmo Carlos e Wanderlea.

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A disputa envolveu, de um lado, a editora Estação das Letras e Cores e a pesquisadora. De outro, o advogado Marco Antonio Campos e o cantor. No centro, um livro que fala não de Roberto Carlos, exclusivamente, mas da influência da Jovem Guarda sobre a juventude brasileira. No final de abril, Roberto Carlos, representado legalmente por Campos, pediu dez dias para que Jovem Guarda – Moda, Música e Juventude fosse retirado das lojas A obra, financiada pela Fapesp, é resultado de uma dissertação de mestrado no curso de Moda, Cultura e Arte do Centro Universitário Senac e não traz menções à vida íntima do cantor.

Os advogados da autora e da editora responderam à notificação enviada por Campos com uma contranotificação. “O meu livro é uma pesquisa acadêmica, baseada em fontes do período, e não há análise da intimidade dos integrantes do movimento. A história da Jovem Guarda não deve ser tratada de forma patrimonialista”, diz Maíra, que, ao receber a notificação de Roberto Carlos afirmou ao site de VEJA que o cantor sequer parecia ter lido o livro.

Trecho da contranotificação enviada por Maíra Zimmermann a Roberto Carlos
Trecho da contranotificação enviada por Maíra Zimmermann a Roberto Carlos (VEJA)

Dias depois, Campos pediu um acordo com os representantes da pesquisadora, que redigiram os termos do documento e o enviaram ao advogado. A intenção das partes era a de eliminar o conflito, mas não tem sido tão simples, graças à vaidade de Roberto Carlos. Ao receberem o mesmo documento de volta por e-mail, com as correções em vermelho feitas no escritório de Campos, os representantes da autora e da editora se surpreenderam. De forma objetiva, o documento dizia agora que Maíra e sua editora pediam autorização ao notificante (Roberto Carlos) para a utilização de seu nome e sua imagem na obra. E completava: “O notificante concede a autorização solicitada para todos os efeitos de direito”.

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As colocações de Campos no documento indignaram a autora e seu advogado. “Assim, ele coloca Maíra em uma situação de erro, como se ela tivesse obrigação de ter pedido autorização antes de lançar um livro que nem é uma biografia. Isso fere a liberdade de expressão”, diz o advogado de Maíra, Rodrigo Correa. A editora se alinhou à sua cliente e entendeu que assinar tal declaração seria o mesmo que redigir uma confissão de culpa: “Uma retratação da autora está fora de cogitação. Ela não pode fazer isso, uma vez que não cometeu erro algum”, diz Gilberto Mariot, que fala em nome da Estação das Letras e Cores.

(Com Estadão Conteúdo)

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