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‘Pequeno Segredo’, aposta do Brasil ao Oscar, chega aos cinemas

Filme de David Schurmann promete emocionar com drama familiar

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 12 nov 2016, 20h34

Há mais de uma década, David Schurmann tentava convencer sua mãe, Heloísa, a levar para o cinema a história real vivida pela família — daquelas que a ficção não poderia produzir. Em 1995, Heloísa e Vilfredo Schurmann adotaram Kat, uma garota de 3 anos, filha de um neozelandês e uma brasileira. A sugestão veio do próprio pai da criança após a morte da mãe: os três integrantes da pequena família eram soropositivos. E, em breve, a menina ficaria órfã.

“David sempre achou que essa história deveria ser contada em um filme. Quando descobriu detalhes sobre sua condição de saúde, Kat também queria revelar esse segredo”, conta Heloísa sobre a produção que chegou nesta quinta-feira aos cinemas, Pequeno Segredo. “Senti muito medo. Temia pela reação das pessoas. Sempre protegi Kat e aquela revelação iria expor minha filha à crueldade da ignorância (no sentido de falta de informação). Então, nesse primeiro momento, decidimos que o segredo permaneceria entre a gente, protegendo Kat do preconceito.”

A história, então, continuou entre a família de velejadores. Kat teve uma breve e agitada vida. Antes de completar 8 anos, ela já havia navegado com os Schurmann por dezenove países. Aprendeu a falar diversas línguas, praticou esportes radicais, mergulhou em águas paradisíacas, subiu montanhas e um vulcão. A condição de saúde da menina era um segredo até para ela mesma, que descobriu ser portadora do vírus HIV na adolescência.

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“Era um sonho fazer esse filme, só que respeitei a família e o segredo”, conta David. “Toda a história já parece ser uma ficção mirabolante. Um casal que encontra outro casal, do outro lado do mundo, e adota uma menina soropositiva. Tive que esperar o tempo certo.”

O tempo chegou, de maneira dramática. “Nossa menina virou uma estrelinha. Foi terrível. Escrever se tornou meu canal para extravasar sentimentos, emoções. Foi minha terapia”, diz Heloísa.

Os manuscritos se tornaram matéria-prima para David fazer o roteiro do filme. “Ele pediu carta branca. O único pedido que eu faria, mas que não era necessário, era carinho e respeito a essa nossa história. Principalmente a Kat”, conta a matriarca, que também lançou o livro Pequeno Segredo (Harper Collins Brasil) sobre a experiência.

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O resultado é um filme sensível, dramático, que promete causar lágrimas e reflexões. Talvez por isso ele tenha chamado a atenção da comissão montada pelo Ministério da Cultura, que elegeu o longa para representar o Brasil na corrida por uma almejada vaga na categoria de filme estrangeiro do Oscar. Julia Lemmertz assume o papel de Heloísa, em um roteiro focado em mulheres fortes e de diferentes gerações.

“Espero que o filme inspire e, de certa forma, que as pessoas se conectem com ele, quem sabe até conforte outras pessoas que vivem situações semelhantes. Espero que o filme mostre que, mesmo nas situações mais adversas, a gente precisa viver a vida intensamente e da melhor maneira possível”, finaliza Heloísa.

Heloísa Schurmann na Expedição Oriente: novo veleiro da família foi batizado de "Kat"
Heloísa Schurmann na Expedição Oriente: novo veleiro da família foi batizado de “Kat” (Klaus Schlickmann/Divulgação)
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