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Paula Lima troca funk por samba: “É um casamento”

Em rito de passagem, cantora paulistana muda de estilo e assume seu lado sambista no novo disco ‘O Samba É do Bem’

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 19 jun 2014, 19h15

Por muitos anos, a paulistana Paula Lima, conhecida por seu trabalho com soul, funk e MPB, flertou com o samba. O namoro virou casamento e Paula, com a benção de sambistas como Dona Ivone Lara, oficializou a união com o disco O Samba É do Bem, lançado em 2013 no Japão e em cópias físicas no Brasil neste mês.

Em entrevista ao site de VEJA, Paula fala sobre suas influências, o cenário do funk eletrônico atual e que não tem a intenção de voltar ao seu estilo antigo. “Casamento é coisa séria”, ressalta.

Sua carreira nasceu focada no funk e no soul, com pitadas de MPB. Agora lançou um disco de samba. Quando decidiu pela mudança e por quê? Eu nasci ouvindo samba. Nas festas de família, nos churrascos, só tocava João Nogueira, Fundo de Quintal, Alcione, Beth Carvalho, entre outros, então o ritmo sempre fez parte da minha vida. Agora, vivendo em São Paulo, uma cidade cosmopolita e passando por várias bandas, os sons foram se misturando. Depois de flertar muito com o estilo, decidi me casar com ele. E casamento é coisa séria. Então comecei a frequentar rodas de samba, procurei os compositores que eu admirava, mudei toda minha banda, e montei este disco de uma maneira bem real, natural e intensa.

Por que escolheu lançar o disco primeiro no Japão, em setembro, antes do Brasil? Eu fui para o Japão pela primeira vez em 2010 para fazer um show mais intimista, mas cerca de 2.000 pessoas compareceram e virou uma loucura. Quando esse CD ficou pronto eles estavam com água na boca, então eu fiz uma nova turnê, passando por três cidades, em uma delas fiz um show para 3.000 pessoas, e eles disseram que, apesar de o público do país gostar de música brasileira, eles não imaginavam que eu fosse ter um público com 95% de japoneses. Mas o disco também está me levando para outros países. Esse ano eu ainda vou para Amsterdã, para os Emirados Árabes e depois volto para o Japão. No ano passado eu também fui para a Tunísia e Guiana Francesa.

Como envolve todas essas nacionalidades no clima do samba, que é tão regional? O ritmo é tão envolvente que, mesmo se a pessoa não souber nada ela vai mexer o corpo e se divertir. Além disso, em todo lugar que eu passo eu costumo falar um pouco da língua local e consigo fazer minhas brincadeiras, do tipo: ‘Direita, esquerda, para frente, para trás’, conto história de caras “xavequeiros”, essas coisas de roda de samba. Assim, fica todo mundo muito em casa.

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Você acha que o samba ainda pode ser chamado de ‘o ritmo oficial do Brasil’? O samba, assim como o sertanejo, é o ritmo mais brasileiro que tem, com grandes grupos e músicos respeitadíssimos e eu tenho muito orgulho de ser brasileira e poder, pela primeira vez, cantar samba de forma passional.

Sua carreira nasceu baseada no funk de raiz e soul. Atualmente, o funk carioca, com batidas eletrônicas está em alta. O que acha do estilo? Não sou fã das letras mais explícitas, mas tem muitas coisas bacanas. O funk que eu fazia era mais ligado ao James Brown, Tony Tornado. Esse funk de agora é mais eletrônico e surgiu de uma forma muito forte nas comunidades do Brasil, principalmente no Rio de Janeiro. Eu adoro a batida, não tem como não balançar com ela. E eles conseguiram colocar um estilo que as pessoas, mesmo ouvindo de fora, conseguem identificar que é do Brasil e eu respeito muito isso.

Faria parceria com algum funkeiro ou funkeira? Faria. O primeiro que eu penso é o Catra, que é um cara muito legal, gosto muito do MC Guimê também com essa música No Flow, que é uma delícia. Mas eu nunca pensei nisso, por incrível que pareça. Eu estou tão envolvida com o samba que eu quero cantar com o Zeca, Alcione, Beth Carvalho, Fundo de Quintal.

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O casamento com o samba é definitivo então? A sorte é que, como eu faço arte, eu posso fazer o que eu estou sentindo no momento. Eu tenho vontade de fazer mais uns vinte discos de samba, mas se eu experimentar outras coisas, não tem o menor problema mudar de novo. Eu gosto de cantar, isso está em mim, e nesse momento eu estou no samba, mas se eu tiver que sair dessa rota para fazer outra coisa que me dê prazer, eu não vou me podar, eu vou entrar de cabeça como sempre.

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Tem outros planos para a TV além de participar do SPTV com o César Tralli na cobertura do Carnaval? Não. Eu tenho feito os comentários durante o Carnaval e recebido muito carinho da comunidade das escolas de samba, me sinto em casa ali com o Tralli. Meu único projeto no momento é levar esse disco para o mundo inteiro, conseguir chegar em todas as capitais do Brasil e no interior. Agora eu vou fazer muitas coisas no Rio de Janeiro, depois vamos para o interior de São Paulo, para o Sul e depois Nordeste. Ainda quero gravar o DVD esse ano do Samba é do Bem quando estiver tudo muito bem aquecido.

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