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Para tentar emplacar ‘hino’, Latino relança música de 2011

Cantor de 'Festa no Apê' 'dedica' a manifestantes 'O Gigante', que mistura Hino Nacional com rimas toscas e pede: 'Amarra, amarra, amarra que é tudo nosso'

Por Da Redação
21 jun 2013, 15h28
Latino, o autor de 'O Gigante', música composta para embalar os protestos
Latino, o autor de ‘O Gigante’, música composta para embalar os protestos (VEJA)

A onda de manifestações em todo o Brasil fez mais uma vítima: o bom senso. Ele foi abatido pela falta de noção que acomete subcelebridades nos momentos mais oportunos – segundo a lógica do sucesso instantêneo. Com citações do Hino Nacional, o cantor Latino tenta requentar O Gigante, uma faixa do CD e DVD Live in Copacabana (sim, live, e não “ao vivo”), que ele gravou no show da virada de 2011 para 2012, no Rio, e que passou quase despercebida até aqui. Até Latino prometer um “hino” para os protestos que tomam todo o país reutilizando munição antiga e ser acusado de oportunista nas redes sociais.

ENQUETE: Na sua opinião, Latino é oportunista?

MAIS: No Twitter, Latino admite: sua música é uma ‘m….’

O gancho para relançar a música é o slogan “O gigante acordou”, que já embalou um comercial de uísque e agora embala aqueles que carregam cartazes como “Que vergonha. O busão tá mais caro que a maconha”. “Quem nasceu para vencer não pode recuar”, brada o homem de Festa no Apê, um ‘clássico’ no gênero de música que tem na falta de qualidade a sua principal qualidade. “Amarra que é tudo nosso”, pede Latino. “O gigante acordou, está disposto a lutar, com fome de vencer, com sede de querer…”, diz a letra, que tem esta e uma outra série de rimas ricas, para castigar os tímpanos de quem vai às ruas.

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Latino promete ‘hit’ para as manifestações

Latino nega o oportunismo, diz que apenas “dedicou” sua “obra” ao “povo brasileiro”. Mas a verdade é que ele tenta, à força, se apropriar de uma mobilização popular, certamente impressionado com a onda do “vem pra rua”, na voz de Falcão, cantor do grupo O Rappa. O grito entoado atualmente nos protestos, no entanto, não foi feito para o manifestante. Em vez disso, foi desapropriado em nome da “causa”: originalmente, a música embala uma campanha da Fiat na TV. Ou seja, a chance de Latino mais incomodar que animar a turma é grande. Tudo bem: foi exatamente assim que ele fez sucesso nos últimos. Agora o problema é do gigante.

Despedida de Solteiro/ Gangnam Style

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A mais recente versão feita por Latino é Despedida de Solteiro, uma adaptação livre — põe livre nisso — do viral Gangnam Style, do rapper sul-coreano Psy. O vídeo original já foi visto mais de 530 milhões de vezes no YouTube e fez com que várias personalidades ao redor do mundo dançassem a coreografia do cavalinho criada por Psy, que criou a música para criticar os novos ricos do bairro Gangnam, em Seul. Já Latino fez da sua versão uma ode à pegação. Entre latidos de pitbull, a letra sugere: “laçar, puxar, beijar, vou te pegar… pra galopar”. 

Dança Kuduro/ Danza Kuduro

Danza Kuduro, hit do porto-riquenho Don Omar com participação do luso-francês Lucenzo, deu origem a pelo menos duas versões no Brasil. Uma delas é Dança com Tudo, de Robson Moura e Lino Krizz, que ficou famosa depois de tocar por oito meses na novela Avenida Brasil e emplacar seu Oioioi no imaginária coletivo. A outra versão é a de Latino, Dança Kuduro, lançada em 2011 com participação DJ brasileiro Daddy Kall. Aqui, Latino se deu mal: lançou a sua versão primeiro, mas não conseguiu entrar para o disco da novela da Globo.

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Caça-Fantasma/ Ghostbusters

Latino apelou para a memória afetiva das pessoas para vender discos em 2008, quando resgatou uma canção lançada 24 anos antes: a música-tema do filme Os Caça-Fantasmas, de 1984. Com a participação do cantor Buchecha, a faixa Caça-Fantasma propõe um “exorcismo” do ex-namorado daquela menina que se quer pegar. Nessa pérola do cancioneiro popular, ele diz: “Caça-fantasma, já tá na hora, encosto do passado tem que evaporar”. 

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Amigo Fura Olho/ Ella y Yo

Também em 2008, Latino fez uma versão de Ella y Yo, do grupo americano Aventura. Dessa vez, em vez de exterminar os ex-namorados, o cantor está preocupado com um triângulo amoroso e mostra todo o seu lado sensível, sofredor. “Tô vivendo uma aventura castigada pelo amor, um labirinto sem saída, onde o medo se converte em tanta dor, vivo um triângulo”, choraminga.

Sem Noção/ Chacaron

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Em 2007, o oportunismo de Latino acendeu com o hit Chacarron Macarron, do americano Rodney Clark, conhecido como El Chombo (pela cor negra da pele) no Panamá, país em que foi criado. Tanto Latino quanto El Chombo cantam músicas “sem noção”: os refrãos são compostos por palavras e resmungos ininteligíveis. Depois do sucesso, em 2005, o americano até ficou conhecido como “El Mudo”, ou seja, “O Mudo”, porque não dava para entender nada do que ele cantava. É a versão de Latino que mais se aproxima da original — porque ele, como El Chombo, não deve ter nada a dizer.

Festa no Apê/ Dragostea din Tei

Festa no Apê, música que perseguiu a todos com o refrão chiclete “Hoje é festa lá no meu apê/ pode aparecer, vai rolar bundalelê” é uma versão de Dragostea din Tei, da banda romena O-Zone. O hit foi o grande responsável por ressuscitar a carreira de Latino, em 2005, quando ele estava na pior depois de ser deixado pela cantora Kelly Key justamente quando ela estourava com a música Baba, empresariada por ele.

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