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‘Os Miseráveis’ transforma sofrimento e pobreza em arte

Com elenco afinado e cenas bem trabalhadas, o musical dirigido por Tom Hooper garante seu lugar na história do cinema e faz jus às indicações ao Oscar

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 dez 2018, 10h31 - Publicado em 1 fev 2013, 10h38

Com certa frequência, Hollywood orgulhosamente apresenta superproduções que envolvem rios de dinheiro, elencos repletos de estrelas e majestosos cenários de encher os olhos do espectador. E é nessa base hollywoodiana de arte aliada a poder que o Os Miseráveis se apoia.

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Já na primeira cena, a magnitude do filme surge com dezenas de prisioneiros acorrentados e cantando em uma só voz enquanto puxam no braço um navio para fora do mar. Nesse momento, a câmera percorre toda a cena e fecha em Jean Valjean, personagem vivido por um Hugh Jackman, irreconhecível. Para esse começo, o ator passou por uma dieta de água, ficando 36 horas sem tomar líquido no intuito de adquirir a aparência envelhecida e os olhos ressecados. O sacrifício deu certo, e o personagem maltrapilho, preso há 20 anos por roubar um pão, assusta para logo mais se tornar o centro da história e do afeto do público.

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A partir daí, tem início a clássica história escrita por Victor Hugo em 1862, adaptada à revelia para filmes, TV e para os palcos da Broadway como um dos musicais mais encenados da história. Na nova versão cinematográfica, Hugh Jackman carrega o filme nas costas. Em sua melhor atuação até hoje, ele passa de prisioneiro a mendigo marginalizado, depois faz as pazes com Deus em uma belíssima cena no interior de uma igreja, e reconstrói sua vida com uma nova identidade para fugir da condicional e de seu perseguidor, o inspetor Javert (Russell Crowe).

Enquanto o roteiro revela a miséria na qual se encontra a população francesa no século 19, surge Fantine (Anne Hathaway), uma jovem mãe solteira que é demitida e acaba nas ruas. Para manter a filha, ela vende o cabelo, depois os dentes e por fim o corpo. No auge de seu sofrimento, a atriz entoa com primor a famosa canção I Dreamed a Dream.

Triângulo – Outros personagens e dramas são adicionados à vida do protagonista. Cosette (Amanda Seyfried), filha de Fantine, é uma das personagens mais importantes, mas a menos bem representada. Amanda não convence no papel e não segura o romance com Marius (Eddie Redmayne). Fica nas mãos de Eponine (Samantha Barks), a responsabilidade de levantar o triângulo amoroso e entoar o segundo solo mais bonito do filme depois de Anne Hathaway, com a canção On My Own. Entre tanto sofrimento e pobreza, o respiro e o humor do filme vem com o casal Thenardier (Sacha Baron Cohen e Helena Bonham Carter). A dupla trabalha em sintonia e causa com facilidade risos na sala do cinema.

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Mesmo sendo um musical, o ponto fraco da produção é justamente a cantoria exagerada. O longa trouxe todas as composições originais, mais uma inédita. Poucas linhas de texto são faladas, o que causa certa estranheza, já que a leva de musicais recentes no cinema optou por restringir as canções a momentos-chave da história, deixando os diálogos livres. O excesso não chega a ser uma falha, apenas um ponto negativo que transforma momentos originalmente dramáticos em quase cômicos.

No total, a produção do diretor Tom Hooper, que chega aos cinemas brasileiros nesta sexta-feira, agrada aos olhos e extrai da maior parte do elenco cenas que marcaram suas carreiras. Vale pelo conjunto da obra, que atentou para os detalhes, com figurinos e cenários impecáveis, vozes bem trabalhadas ao vivo, e a possibilidade de produzir algumas lágrimas nos espectadores.

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