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Obra do dissidente chinês Ai Weiwei vai a leilão em Hong Kong

Venda pode ajudar artista a pagar a multa absurda de 2,3 milhões de dólares que o governo local impõe como represália às suas críticas ao regime

Por Da Redação
24 nov 2011, 09h22

Uma caminhonete no formato de um cachorro galgo criado na lataria pelo artista chinês Ai Weiwei e batizada de The Dog Mobile: A Car for Francis Bacon (O Cachorro Móvel: Um Carro para Francis Bacon, em livre tradução) está entre as centenas de objetos que serão leiloados na próxima terça em Hong Kong, região administrativa especial chinesa.

A venda das peças acontece em um momento em que Weiwei, de 54 anos, volta a ser acusado de evasão fiscal e pornografia na China, que lhe cobra uma multa milionária, vista por ele como represália por sua visão política contrária à do governo chinês. Os organizadores esperam arrecadar entre 192.000 e 295.000 dólares no leilão da obra.

Segundo a casa de leilões, a caminhonete pertencia a um ocidental que morava no Japão e adquiriu o carro para passear com seu cachorro, mas o animal de estimação morreu em 2008 e o dono parou de usar o automóvel. Quando o artista conceitual chinês soube da história, ficou emocionado pela profundidade da relação entre o animal e o dono e decidiu fazer uma homenagem ao cão – além do pintor britânico Francis Bacon, citado no título da peça.

Weiwei, um dos desenhistas do Ninho de Pássaro, o estádio nacional de Pequim, terminou o desenho do galgo em 2010 e expôs a caminhonete na Feira de Arte de Tóquio meses atrás. Takashi Seki, presidente da casa de leilões japonesa Est-Ouest que promoverá o lance, disse nesta quinta-feira à imprensa de Hong Kong que escolheu a ex-colônia britânica para vender o desenho porque seu mercado artístico é mais ativo que o de Tóquio, onde já ocorrem dois eventos por ano.

Apesar de Ai Weiwei ser um dos artistas chineses mais famosos no mundo, não é comum encontrar suas obras vanguardistas em leilões devido ao tamanho de seus desenhos e instalações, mais difíceis de vender que objetos como a caminhonete. “Suas obras incorporam o processo criativo e frequentemente o espaço onde vão ser colocadas”, explica Seki, que destaca que a arte de Ai Weiwei é pensada para desafiar as ideias do público.

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O leilão da Est-Ouest, que deve durar dois dias, conta com 700 objetos no catálogo, como peças do pintor italiano Lucio Fontana que devem alcançar a quantia de até 1,6 milhão de dólares no leilão.

A prisão secreta de Ai Weiwei por 81 dias em abril foi condenada pelos governos ocidentais e grupos de direitos humanos, assim como a campanha de repressão de Pequim que prendeu centenas de dissidentes, intelectuais e advogados para evitar uma “Primavera árabe” em território chinês. O artista reuniu quase 1,3 milhão de dólares em empréstimos de 30.000 fãs para pagar a fiança da prisão por suposta evasão fiscal.

(Com agência EFE)

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