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Obra chinesa é vandalizada na Bienal Internacional de Curitiba

Dias antes, deputado estadual do Paraná, religioso, publicou em sua página no Facebook um vídeo criticando a obra, que põe macaco sobre a Bíblia

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 19 fev 2018, 10h07 - Publicado em 19 fev 2018, 10h05

Parte de uma obra do artista chinês Liu Ruowang exposta na Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Curitiba, na área externa do Museu Oscar Niemeyer (MON), desapareceu. Um boletim de ocorrência foi registrado no 1º Distrito Policial de Curitiba pelo presidente da Bienal, Luiz Ernesto Meyer Pereira.

A escultura, um livro aberto de quase três metros de comprimento com um macaco no centro, estava exposta na parte externa do MON desde a abertura da Bienal, no dia 30 de setembro de 2017. Na manhã do dia 13 de fevereiro, a produção foi informada pelo museu de que o macaco havia desaparecido. O museu afirma que todas as medidas de investigação estão sendo tomadas para descobrir quem retirou o macaco da obra.

Poucos dias antes da notificação do desaparecimento, no dia 5 de fevereiro, o deputado estadual do Paraná Ricardo Arruda (PEN) publicou em sua página no Facebook um vídeo criticando a obra. Ele se mostra bastante incomodado com a escultura e levanta questões: “Não será uma inversão de valores, contrariando a teoria de que quem criou o mundo e nos deu a vida foi Deus? Colocar um macaco em cima da Bíblia não seria um desrespeito a quem é cristão?”. Ele pede a opinião de seus seguidores e divulga um número de WhatsApp.

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É a primeira vez nos 25 anos de história da Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Curitiba que ocorre algo semelhante. Este acontecimento causou muita tristeza entre todos os organizadores”, diz o presidente da Bienal, Luiz Ernesto Meyer Pereira. “Não descarto a possibilidade de que um fanático religioso tenha praticado este ato criminoso. Seguramente não foi a intenção do deputado, que tem mais de 70 000 seguidores nas redes sociais. Neste momento, a Bienal não pode fazer nenhuma acusação.”

Ele diz que nesta semana conseguirá junto ao museu as imagens do sistema de segurança. “Por recomendação da segurança do museu, o local inicial escolhido pelo curador da obra foi alterado para que estivesse dentro um raio de abrangência das câmeras. A Bienal já solicitou cópia das imagens registradas nas câmeras de segurança e teremos acesso a este material na próxima semana.”

O deputado respondeu em sua página do Facebook sobre o caso: “Afirmo categoricamente que não acredito em uma relação entre os fatos (seu discurso e o sumiço da peça), que trata-se apenas de uma coincidência e que não apoio ou incentivo nenhum tipo de vandalismo.” E conclui: “Meu trabalho prima pelo resgate e proteção aos valores do povo cristão”.

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