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O rock psicodélico do Tame Impala chega ao Brasil

Com vocalista fã de Mutantes, banda australiana se apresenta nesta quarta-feira em São Paulo e na quinta-feira no Rio de Janeiro

Por Carol Nogueira
14 ago 2012, 17h10

A primeira impressão que se tem ao ouvir uma música da banda australiana Tame Impala, que toca nesta quarta-feira em São Paulo, na casa de shows Cine Joia, e na quinta-feira no Rio de Janeiro, no Imperator, é de que ela foi composta na década de 1960, no auge de uma viagem de LSD. Nada disso. Embora todas as suas músicas se baseiem na psicodelia daquela década, o grupo tem pouco menos de cinco anos de vida e surgiu da cabeça de um rapaz que hoje tem 26 anos, Kevin Parker.

Parker cresceu influenciado pelo tipo de sonoridade que seus pais consumiam – e foi vendo o pai tocar em uma banda cover dos Beatles e dos Beach Boys que ele se interessou por aprender a tocar guitarra, ainda na infância. Já um pouco mais velho, tomou gosto por bandas psicodélicas como Cream e Jefferson Airplane, além do grupo brasileiro Os Mutantes (leia abaixo), e passou a criar as próprias canções.

Pedais de Kevin Parker, do Tame Impala
Pedais de Kevin Parker, do Tame Impala (VEJA)

Foi dessa junção de guitarras cheias de efeitos e reverberações (feitos com uma infinidade de pedais de efeito como o da foto ao lado) com vocais melódicos que surgiram as faixas do primeiro disco do Tame Impala, Innerspeaker, lançado em 2010. O álbum foi muito bem recebido pela crítica e colocou o grupo no radar dos mais antenados, ganhando vários prêmios, como o da revista Rolling Stone. Mas ainda não mostrava todo o potencial de Parker. O músico conta que, na época, sentiu que deveria fazer um disco usando apenas guitarras para deixá-lo mais roqueiro – mas mudou de ideia no meio do caminho.

“Quando ainda estava gravando o álbum anterior, comecei a pensar em outro mais expansivo, com sintetizadores e um som mais amplo”, diz. Foi assim que surgiu o ótimo Lonerism, que tem lançamento oficial previsto para outubro e que, a julgar pelas duas músicas já lançadas até agora, Apocalypse Dreams e Elephant, deve superar Innerspeaker em todos os sentidos.

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Nos shows que fará no Brasil, a banda deve misturar canções antigas às novas. Embora o Tame Impala seja projeto de um homem só, Parker sobe ao palco com outros quatros músicos: os guitarristas Jay Watson e Dominic Simper, o baixista Nick Allbrook e o baterista Julien Barbagallo. “Escrevo e componho todas as músicas sozinho, quase como em um projeto de eletrônica. Mas, quando tocamos ao vivo e adaptamos as músicas para o palco, elas ficam diferentes”, conta.

Leia abaixo a entrevista com Kevin Parker, do Tame Impala.

https://youtube.com/watch?v=b0jqPvpn3sY

Está animado para vir ao Brasil? Muito! Nunca fomos à América do Sul. Eu já ouvi muitas coisas boas sobre o Rio de Janeiro, dizem que o clima lá é ótimo, entre outras coisas (risos).

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Como é o novo disco? Vai ser mais louco, com mais sons e texturas. Ele diz mais do que o último álbum. O último era mais minimalista e esse é mais denso. Tem mais emoções também, mais melancolia.

O rock feito pelo Tame Impala não se parece em nada com o das bandas mais populares desse país. De onde você tira inspiração? Acho que hoje em dia, especialmente com a internet, essas barreiras geográficas estão cada vez menores. Ouço poucas bandas que vêm da Austrália, e acho que cada vez mais a música tende a ser global, não local.

Dizem que você gosta muito dos Mutantes. Ouço muito as músicas deles, são demais. Um amigo meu tem um vinil, não sei bem qual é o disco, mas era do pai dele e nós ouvíamos muito há cerca de um ano. Não me lembro dos nomes das músicas, porque nunca leio os encartes dos discos. Mas adoro o groove das faixas. É muito bom.

O Tame Impala é um projeto seu, mas também uma banda. Como isso funciona? A maioria das vezes sou só eu no estúdio, quase como se fosse um projeto eletrônico. Faço músicas que gostaria de ouvir, as imagino na minha cabeça. Mas, quando tocamos ao vivo, as canções entram em outro ambiente. Essa transição do estúdio para o palco torna as músicas diferentes, é uma experiência exótica.

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Acha que o rock tem menos fãs hoje em dia? Bom, hoje em dia há mais gente apostando na música eletrônica, por exemplo. Mas, na verdade, os limites da música estão mais diluídos. É difícil dizer o que é rock, o que é pós-rock, é difícil dizer o que é e o que não é rock. Mas ainda há muitas bandas boas em atividade, eu adoro os Flaming Lips, por exemplo. Mas não ouço muita música. Na verdade, prefiro pensar nas minhas próprias.

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