Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Nem nudez de Matt Damon salva ‘Behind the Candelabra’

História do romance do pianista Liberace com o jovem Scott Thorson resultou numa produção com pouca personalidade - é um filme para a TV, e nada mais

Por Mariane Morisawa, de Cannes
21 Maio 2013, 07h56

Behind the Candelabra (“Atrás do candelabro”, na tradução literal) é dirigido por Steven Soderbergh, um cineasta consagrado, vencedor da Palma de Ouro com Sexo, Mentiras e Videotape (1989). Conseguiu uma vaga entre os 20 selecionados para a competição no 66º Festival de Cannes. Mas, depois da exibição para a imprensa na manhã desta terça-feira, dá para dizer que Behind the Candelabra é um filme de televisão e nada mais.

Leia também:

Longa de James Franco decepciona em Cannes

‘Blood Ties’ tem coleção de estrelas e nenhuma qualidade

Cannes: oscarizado, Farhadi discute culpa e verdade

O diretor tentou vender a história do romance do pianista Liberace (Michael Douglas, ótimo) e do jovem Scott Thorson (Matt Damon, sempre competente) para estúdios de cinema, mas produções para adultos têm muita dificuldade de encontrar financiamento hoje em dia em Hollywood. O canal de televisão por assinatura HBO comprou a ideia. Mas, por ser Soderbergh e por estar na competição aqui, esperava-se mais do que um filme tradicional, com pouca personalidade em termos visuais.

Continua após a publicidade

Leia também:

Nem Del Toro e Amalric salvam o tedioso ‘Jimmy P.’

Irmãos Coen refrescam competição com diálogos afiados

Disparos assustam público no Festival de Cannes

Cannes: após roubo de joias, outro hotel é alvo de ladrões

O personagem – Liberace (1919-1987) era um personagem e tanto, com seus figurinos cheios de glitter e paetês e show espetaculosos. Era amado pelo público feminino nos anos 1970 e 1980 – daí seu temor de sair do armário. Ele morreu de aids numa época em que a questão era bem tabu ainda. A causa oficial da morte foi ataque cardíaco.

Continua após a publicidade

O que vai atrair a atenção para o filme, claro, é ver Michael Douglas e Matt Damon fazendo papel de homossexuais, beijando-se na boca e até numa breve cena de sexo. A nudez de Damon é rapidamente explorada, numa cena em que surge de costas, bronzeado com uma sunga fio dental. Mas, no fundo, é mais um longa-metragem que não tem muita razão de estar na competição. E talvez seja mesmo hora de Soderbergh dar um tempo – em tese, este é seu último trabalho antes de um sabático.

Leia também:

Com Spielberg no júri, Cannes 2013 tem sotaque americano

A coletiva que se seguiu à exibição foi bem melhor do que o filme. Michael Douglas disse que se lembra de conhecer Liberace quando tinha uns 12 anos, na casa de seu pai, Kirk Douglas, em Palm Springs. “Ele tinha tanto ouro, anéis, e seu cabelo estava fora do lugar – agora sei por quê (o artista usava peruca). Era o antepassado de Elton John e Lady Gaga.” Soderbergh fez a proposta ao ator muitos anos atrás, quando os dois rodavam Traffic (2000). “Achei que ele estava tirando uma da minha cara. Sete anos mais tarde, Steven achou o livro escrito pelo Scott. Para mim, foi importante porque foi logo depois do meu câncer”, contou o ator, emocionado. “Sou muito grato a Steven, Jerry (Weintraub, produtor) e Matt por isso.”

Bom humor – Já Matt Damon provocou muitas risadas ao dizer que estar na cama com Michael Douglas foi ótimo. “Agora tenho algo em comum com Sharon Stone, Demi Moore e Glenn Close. Podemos sair e trocar histórias.” Mais adiante, comentou como foi exibir seu traseiro, com marquinha de sunga fio dental, que ele conseguiu graças a um processo chamado “Brazilian spray tan” (ou bronzeamento a jato brasileiro). “Contei para o Steven que tinha feito esse bronzeamento para poder provar direito as roupas e brinquei que tínhamos de mostrar. Steven só disse: ‘Sei onde colocar a câmera!'”, disse. “Trabalhei sete vezes com essa mesma equipe, falei para eles que podiam olhar quanto quisessem, mas que não dava para esquecer depois de ver.”

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.