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Naná Vasconcelos criou sua última obra no leito do hospital

Material foi produzido ao lado do maestro Gil Jardim e do pianista e violonista Egberto Gismonti

Por Da Redação
10 mar 2016, 10h24

O percussionista Naná Vasconcelos deixou uma obra concluída em seus últimos dias de vida, no leito do hospital em que estava internado. O material terá composições e arranjos de Naná, do pianista e violonista Egberto Gismonti e do maestro Gil Jardim. “Passei os últimos dias de muita tristeza, ao lado de Naná”, disse rapidamente Jardim, que, exausto, preferiu não dar mais detalhes. “Estive com ele, anotei várias ideias. Egberto Gismonti também. Temos coisas muito bonitas, que vamos divulgar no momento certo.”

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João Rogério, amigo do percussionista que acompanha os desfechos de seus projetos, também falou sobre a existência do material. “Eles (Gil Jardim e Egberto Gismonti) estiveram aqui (no hospital) e concluíram tudo.” Não há prazo para o lançamento do disco. Uma turnê com Egberto por China, Japão e Coreia do Sul estava fechada, com todos os shows vendidos.

Naná será lembrado também pelo grupo de percussão corporal Barbatuques, que vai fazer uma homenagem ao pernambucano que participou do mais recente disco do conjunto, Ayú. Os shows no Sesc Vila Mariana, em São Paulo, nos dias 12 e 13 de março, serão dedicados a ele.

Importância – Naná era no batismo Juvenal de Holanda Vasconcelos, nascido a 2 de agosto de 1944 no Recife. A revista americana Down Beat, referência no meio do jazz e da música instrumental, o elegeu por dez vezes como “o melhor percussionista do mundo”. Tudo o que sabia havia sido semeado nos dias de sua infância, quando acompanhava o pai em uma banda marcial recifense.

Mesmo sabendo que estava doente desde 2015, Naná Vasconcelos não dizia não aos convites que lhe surgiam. Os pernambucanos, que o têm como uma entidade, não deixaram de chamá-lo para ganhar honras de Estado sobretudo durante o carnaval. Em fevereiro, foi Naná, em pleno tratamento contra o câncer no pulmão, quem deu a largada às festas dos recifenses no Marco Zero.

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Sua última abertura dos festejos contou com a presença de onze nações de maracatu e quatro tribos de caboclinho, duas manifestações das mais importantes que determinaram a personalidade de Naná Vasconcelos. No carnaval de 2013, sua presença havia sido ainda mais forte. A abertura feita com o amigo Milton Nascimento contou com um acompanhamento de 500 percussionistas. Ao todo, Naná abriu o carnaval dos pernambucanos por 13 vezes.

Naná lutou o quanto pode contra a doença nos pulmões. Quando foi diagnosticado com o câncer no pulmão, em 2015, submeteu-se ao tratamento doloroso, ao menos, com aparente tranquilidade, sem desespero. Mas fez como Dominguinhos, outro pernambucano arretado que partiu vítima da mesma doença, no mesmo órgão que parecia indestrutível quando o músico estava sobre um palco. Naná e Dominguinhos resolveram permanecer na estrada até que soasse o último sinal.

(Da redação com Estadão Conteúdo)

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