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Morre Odete Lara, musa do cinema novo, aos 85

Atriz estava afastada da carreira desde 1994, quando atuou na novela ‘Pátria Minha’

Por Da Redação
4 fev 2015, 11h40

A atriz Odete Lara morreu nesta quarta-feira, aos 85 anos, no Rio de Janeiro, informou a emissora GloboNews. As causas da morte ainda não foram divulgadas. Odete, que também cantava, conquistou o título de musa do Cinema Novo nos anos 1960 e 70, quando esteve no centro da efervescência cultural do país, contracenando no set com nomes como Jece Valadão, com quem fez filmes como Boca de Ouro (1964) e Otto Lara Rezende ou… Bonitinha, Mas Ordinária (1963), e no palco com nomes como Vinicius de Moraes, Sérgio Mendes e Chico Buarque. No total, Odete participou de 32 filmes.

De beleza exuberante, Odete Lara encerrou a carreira cinematográfica em 1978, com o filme O Princípio do Prazer, de Luiz Carlos Lacerda, após se converter ao budismo e adotar uma vida reclusa no Rio de Janeiro. Depois de anos sem atuar, ela retornou em 1985 com Um Filme 100% Brasileiro, de José Sette. Nos anos 1990, faria mais um filme, Vai Trabalhar, Vagabundo II – A Volta (1991), de Hugo Carvana, e duas novelas, O Dono do Mundo (1991) e Pátria Minha (1994), seu último trabalho.

'O Gato de Madame' (1957)
‘O Gato de Madame’ (1957) (VEJA)

As atrizes Dercy Gonçalves e Odete Lara em cena do filme “Uma Certa Lucrécia” (VEJA)

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‘Noite Vazia’ (1964)

Clássico de Walter Hugo Khouri que representou o Brasil no Festival de Cannes, o filme conta a história de dois amigos que contratam uma dupla de prostitutas para passar a noite, mas acabam levando as frustrações e as angústias para o encontro, em vez do erotismo. 

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‘O Dragão da Maldade e o Santo Guerreiro’ (1969)

Uma das parcerias com o cineasta baiano Glauber Rocha, com quem também faria Câncer (1972), o longa traz Odete como a mulher adúltera de um coronel. O filme, que venceu o prêmio de melhor diretor no Festival de Cannes, é uma continuação de Deus e o Diabo na Terra do Sol.

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‘Copacabana me Engana’ (1969)

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Jovem mimado e de bairro rico, Marquinhos (Carlos Mossy) não trabalha nem estuda, apenas curte a vida em Copacabana. Sua vida muda completamente quando se apaixona por Irene, uma mulher mais velha, papel de Odete Lara. A direção do longa é de Antonio Carlos Fontoura, o mesmo de A Rainha Diaba.

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‘Bonitinha, mas Ordinária’ (1963)

O filme é uma adaptação da peça de mesmo nome de Nelson Rodrigues. Na versão para o cinema, assinada por Billy Davies, Odete Lara vive Rita, moça trabalhadora que cuida das irmãs e é alvo do amor de Edgar (Jece Valadão). O filme ganhou duas refilmagens, em 1981 e 2008, e para a TV, em um especial da Globo com Claudia Raia, Paulo Betti e Alessandra Negrini.

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‘Boca de Ouro’ (1963)

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No Rio de Janeiro, um famoso bicheiro, conhecido pelo apelido Boca de Ouro (Jece Valadão), é assassinado. Para entender a personalidade do criminoso, o repórter Caveirinha (Ivan Cândido) entrevista a sua última amante, Guigui (Odete Lara). No entanto, ela apresenta três versões diferentes da história do bicheiro, que acompanham as mudanças de seus próprios sentimentos em relação a ele. Dirigido por Nelson Pereira dos Santos e escrito por Nelson Rodrigues, o filme fez grande sucesso com o público.

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‘A Rainha Diaba’ (1974)

O travesti e chefe de quadrilha Diaba (Milton Gonçalves) resolve “fabricar” um criminoso ao saber que um de seus homens de confiança será preso. O escolhido é Bereco (Stepan Nercessian), um garotão sustentado pela cantora de cabaré Isa (Odete Lara).

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‘Câncer’ (1972)

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No longa de Glauber Rocha, Odete vive uma mulher entre dois criminosos (Hugo Carvana e Antonio Pitanga). O filme do cineasta baiano não constrói uma história, mas mostra personagens em constante conflito psicológico e social.

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‘Moral em Concordata’ (1959)

Na adaptação da peça de Abílio Pereira de Almeida, Odete repete o papel de jovem pobre abandonada pelo marido violento que havia feito no teatro. Para se reerguer, ela busca ajuda da irmã, Rosário (Maria Della Costa), que tem uma vida luxuosa sustentada pelo amante.

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‘As Sete Faces de um Cafajeste’ (1968)

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Alfredo é um homem muito rico que tem o hábito de desejar a mulher dos outros. Ele vive muito bem, até o dia em que os maridos de suas sete amantes começam a ameaçá-lo. Jece Valadão é diretor e protagonista do longa, outra parceria sua com Odete Lara.

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‘Vai Trabalhar Vagabundo’ (1973)

Um malandro carioca recém-saído da cadeia resolve utilizar de suas trambicagens para ganhar algum dinheiro. Dririgo por Hugo Carvana, que também é o protagonista Secundino Meireles.

Odete Lara nasceu em 17 de abril de 1929, em São Paulo, sob o nome Odete Righi. Filha de imigrantes italianos, a atriz perdeu a mãe, Virgínia Righi, aos 6 anos, quando ela cometeu suicídio. Mesmo destino teve o pai, Giuseppe Bertoluzzi, que se matou quando a Odete tinha 18. A beleza exuberante de Odete a levou à carreira de modelo. Ela participou do primeiro desfile da história da moda brasileira, realizado pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo (Masp), e de comerciais de TV.

Sua estreia nas salas escuras foi na comédia O Gato de Madame (1956), protagonizada por Mazzaropi e dirigida por Abílio Pereira de Almeida. Depois, Odete passou pelas câmeras de importantes nomes do cinema nacional, como Anselmo Duarte, Nelson Pereira dos Santos e Glauber Rocha. Com Rocha, a atriz estrelou Câncer (1972) e O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (1969). Porém, entre suas atuações mais aclamadas está Noite Vazia (1964), de Walter Hugo Khouri, no qual atua ao lado de Norma Bengell, outra musa da época.

Foi casada com o dramaturgo Oduvaldo Vianna Filho, o autor Euclydes Marinho e com o diretor Antonio Carlos Fontoura, com que fez os filmes A Rainha Diaba (1974) e Copacabana Me Engana (1968). Ela não teve filhos.

Sua carreira musical foi registrada no disco Vinicius e Odete, de 1963, e em Contrastes, de 1966. Publicou a trilogia autobiográfica composta por Eu, Nua; Minha Jornada Interior e Meus Passos na Busca da Paz, que inspiraram o filme Lara, de Ana Maria Magalhães, de 2002, com Christine Fernandes no papel da atriz.

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