Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Morre Marcello Nitsche, um dos grandes da arte pop brasileira

Artista, morto na madrugada deste domingo, aos 74 anos, sempre atendeu à expectativa do público por algo prazeroso, divertido e vital

Por Da redação
Atualizado em 13 mar 2017, 08h04 - Publicado em 13 mar 2017, 07h55

Entusiasmo e nenhum segredo sempre foram os ingredientes principais da fórmula que Marcello Nitsche encontrava para a sua arte. Crítica e ironicamente, este artista, que morreu neste domingo, aos 74 anos, propunha muitos níveis de leitura, mas, por pressuposto, desautorizava todos eles.

Desde os anos 1960, com obras que ficaram na história da arte pop brasileira como Eu Quero Você (1966), emblemática pintura-objeto que representa a mão do Tio Sam, o inesquecível inflável gigante Bolha Amarela (1969), a sua participação na mostra Nova Objetividade Brasileira (1967) e em muitas outras; até a exposição Alegres Saudações na Galeria São Paulo (1981) e a sua última retrospectiva Lig Des (2015), no Sesc Pompeia, Nitsche sempre atendeu, de certa forma, à expectativa do público por algo prazeroso, divertido e vital. Algo que tivesse qualidade e inteligência suficientes para não evocar, por mais que se tentasse, qualquer tipo de radicalismo, exigência ou rigidez intelectual.

Como todos os artistas de sua geração, Nitsche viveu igualmente a história e o processo da Bienal de São Paulo, mesmo em seus momentos mais difíceis, como o boicote que atingiu a décima edição, durante a ditadura militar em 1969.

Continua após a publicidade

Naquela época, apesar do constrangimento, muitas personalidades atuantes (e militantes), entre as quais o crítico Mário Schenberg e artistas como Carmela Gross e Nitsche tiveram a lucidez de escolher participar da mostra. Não porque fossem alienados politicamente. Muito ao contrário. O que queriam, na verdade, era exercer a liberdade da arte.

Marcello Nitsche possuía uma tradição muito definida no campo da irreverência, humor e reflexão: Costura da Paisagem, Vacas de Concreto em Ibiúna, a Garatuja da Praça da Sé, os Fragiles na Cooperativa dos Artistas Plásticos e tantos outros, são trabalhos que estabelecem uma relação de troca com o ambiente, a cidade. E todos eles sempre tecem, de uma forma ou de outra, um comentário pertinente sobre a atividade artística.

(com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.