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Morre, aos 82 anos, o ator e diretor Antônio Abujamra

Por Da Redação
28 abr 2015, 10h41

Morreu na manhã desta terça-feira, aos 82 anos de idade, o ator, diretor e dramaturgo Antônio Abujamra. Abu, como era conhecido, vinha atuando há catorze anos como apresentador do Provocações, programa de entrevistas da TV Cultura. Abu morreu dormindo, de enfarte no miocárdio. Abujamra deixa dois filhos, um deles o músico e ator André, com quem vinha trabalhando no projeto de uma série para a TV paga, e dois netos. Aberto ao público, o velório será realizado no Teatro Sérgio Cardoso, no bairro da Bela Vista, em São Paulo (Rua Rui Barbosa, 153), a partir das 23h desta terça. Às 13h desta quarta-feira, o corpo seguirá para o Crematório da Vila Alpina.

A TV Cultura mantém a sua programação e leva ao ar a nova edição do Provocações, nesta terça-feira, às 23h30, horário do programa. Na atração, já gravada, Abujamra entrevista os criadores de um site voltado para moradores de rua, o SP invisível. O canal também prepara uma programação especial para Abu, a ser divulgada.

Nascido em 15 de setembro de 1932 na cidade de Ourinhos, interior de São Paulo, Antônio Abujamra desenvolveu uma prolífica carreira no teatro, cinema e também na TV, onde ficou marcado especialmente pelo papel do descabelado Ravengar na novela Que Rei Sou Eu? (1989), da Rede Globo. Antes de abraçar a arte como vocação, estudou filosofia e jornalismo em Porto Alegre, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS), de acordo com a Enciclopédia do Instituto Itaú Cultural. Suas primeiras experiências em teatro foram ainda na faculdade, entre 1955 e 1958, em montagens como O Caso das Petúnias, de Tennessee Williams, e A Cantora Careca e A Lição, de Eugène Ionesco.

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Sua estreia profissional no teatro foi em 1961, como diretor da peça Raízes, de Arnold Wesker, no Teatro Cacilda Becker (TCB), depois de um período de dois anos na Europa. Abu viajou em 1959 para estudar, como bolsita, língua e literatura espanholas em Madri. De lá, foi para a França, onde fez estágio com os diretores Roger Planchon, acompanhando as montagens Henrique IV, de William Shakespeare, e Almas Mortas, de Nicolas Gogol; e Jean Villar, em A Resistível Ascensão de Arturu Ui, de Bertolt Brecht. Antes de retornar ao Brasil, ainda estagiou no Berliner Ensemble, em Berlim.

Da experiência na Europa, trouxe ao país os princípios e métodos teatrais de Brecht e Planchon, que introduziu nos palcos nacionais, onde participou ativamente da efervescência vivida pelo teatro nos anos 1960 e 1970, com um trabalho marcado pela ousadia, inventividade e espírito provocativo. Foi premiado diversas vezes: venceu o Molière em 1975 pela direção de Roda Cor de Roda, de Leilah Assumpção, e em 1991 pela direção de Um Certo Hamlet, espetáculo de estréia da companhia Os Fodidos Privilegiados, fundada por Abujamra para ocupar o Teatro Dulcina, no Rio de Janeiro. E em 1998 conquista o Prêmio Shell de melhor direção por sua adaptação do romance O Casamento, de Nelson Rodrigues.

No cinema, atuou ainda em Carlota Joaquina: Princesa do Brazil (1995), filme de Carla Camurati considerado o ponto de virada do cinema nacional, e em Sermões – A História de Antônio Vieira (1989), de Júlio Bressane. Seus últimos trabalhos foram nos filmes Quanto Vale ou É por Quilo? (2005), de Sergio Bianchi, É Proibido Fumar (2009) e Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert, e em Assalto ao Banco Central (2011), de Marcos Paulo.

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Na Globo, Abu também participou das novelas Vila Madalena (1999), Terra Nostra (1999) e Sassaricando (1987). Em 1966, fez As Minas de Prata na TV Excelsior.

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