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Montreal, um festival fora dos padrões

Filme mais comentado da mostra é o belga 'Hasta la Vista!', que trata - sem preocupação com o politicamente correto - de três rapazes deficientes físicos em busca de um paraíso sexual

Por Carlos Helí de Almeida, de Montreal
24 ago 2011, 19h02

Em que outro festival internacional um filme em competição seria exibido junto com o extravagante comercial da companhia telefônia que o patrocinou? Em que certame cinematográfico um road movie protagonizado por três inválidos, e que ironizam suas próprias limitações físicas, conquistaria o carinho do público? A programação do 35º Festival Mundial de Montreal, que prossegue até domingo, dia 28, tem confirmado a vocação do evento para histórias e reações fora dos padrões.

A primeira metade da programação, composta por cerca de 383 títulos, já se foi, e o filme mais discutido da competição continua sendo o belga Hasta la vista!, de Geoffrey Enthoven, sobre três jovens amigos que apreciam vinhos e mulheres, mas que continuam virgens. Jozef (Tom Audenaert) é cego, Lars (Gilles De Schrijver) é paraplégico e Philip (Robrecht Vanden Thoren) é tetraplégico, mas isso não os impede de planejar e executar, às escondidas dos pais zelosos, uma viagem até um bordel no litoral da Espanha.

A aventura ganha mais elementos policamente incorretos com a entrada com a entrada em cena de Claude (Isabelle de Hertogh), a motorista obesa e de modos rudes que os guiará até o paraíso sexual sonhado pelos rapazes. O filme parece ter conquistado a plateia justamente pelo modo irrevente – e nunca inapropriado – com que Enthoven lida com as deficiências físicas de seus protagonistas. Já o anúncio que vendia planos de celulares exibido colado à cópia de The Law of Attraction, de Tianyu Zhao, só reforçou para os espectadores o caráter comercial do candidato chinês.

Fora do circuito competitivo, o grande hit da programação até agora foi a contribuição do diretor Bertrand Tavernier, que exibiu e comentou uma mostra de clássicos esquecidos do cinema noir americano e fracês. Os programas mais concorridos do ciclo foram os que exibiram as cópias restauradas de Cry danger (1951), de Robert Parrish, com Dick Powell e Rhonda Fleming, e The prowler (1951), de Joseph Losey, estrelado por Van Heflin e Evelyn Keys, a primeira mulher do diretor John Huston (1906-1987).

Tavernier apresentou a seleção ao lado de Eddie Muller, diretor e fundador da Fundação Film Noir, entidade americana responsável pela resgate de diversos títulos do gênero, até hoje revisitado por diretores de diversas origens e formações. “Não se pode dizer que o cinema noir acabou no final dos anos 50. Muitos diretores ainda usam elementos desse tipo de história e não se dão conta disso”, afirmou o veterano realizador francês, ele mesmo um antigo seguidor da receita, como no recente Às Margens de um Crime (2009).

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