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Meryl Streep no tapete vermelho para apresentar “A dama de ferro”

Por Por Guy Jackson
4 jan 2012, 13h55

Meryl Streep, cuja interpretação da ex-primeira-ministra Margaret Thatcher em “A dama de ferro” é favorita ao Oscar, percorrerá o tapete vermelho esta quarta-feira para a première do filme em Londres.

A obra já teve pré-estreia na Austrália e nos Estados Unidos, mas sua première no BFI Southbank, bem perto do parlamento que Thatcher dominou por mais de uma década, tem um significado especial.

Alguns dos colegas de gabinete e adversários de Thatcher que já viram o filme, que só estrerá na Grã-Bretanha na sexta-feira, declararam que Streep capturou a essência da mulher cujo legado ainda é alvo de intenso debate.

Perfeitamente caracterizada, com o mesmo tom de voz agudo e os mesmos gestos, Streep dá vida a uma Thatcher quase tão autêntica como a real, o que lhe tem valido muitos elogios da crítica.

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“Streep encontrou a mulher por trás da caricatura”, afirmou o jornal Times. “Só uma atriz da estatura de Streep poderia capturar a essência de Thatcher”, concordou o Daily Mail.

A versátil intérprete americana parece se encaminha par sua décima sétima candidatura al Oscar.

Mas se sua atuação é unanimemente elogiada, os críticos estão menos entusiasmados com o filme dirigido pela britânica Phylllida Lloyd (de “Mamma Mia!”) a partir de um roteiro escrito por Abi Morgan, que privilegia os sentimentos em detrimento da política.

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O filme estreia em um momento em que a ex-premiê britânica, que aos 86 anos padece de demência senil, já não é mais que uma sombra do que foi, mas a poderosa Thatcher ressurge com toda sua força nas telas.

A obra é construída a partir de flashbacks sucessivos que esboçam o retrato do que foi a primeira mulher a ser chefe de governo de um país ocidental, e provavelmente a mais questionada de todos os premiês britânicos.

Lloyd afirma que sua intenção não era fazer um filme político, mas algo “quase Shakespeariano”, a história de uma líder formidável, mas cheia de defeitos.

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Meryl Streep, 62 anos, admite que sabia muito pouco das políticas de Thatcher antes de aceitar o papel, mas explica que o filme trata mais “do custo de suas decisões políticas sobre o ser humano”.

Assim, “A Dama de Ferro” – apelido dado pelos soviéticos – é uma história de ambição, poder ganhado e perdido, mas também de amor, centrada na relação de Thatcher com seu marido, Denis, morto em 2003.

O filme transcorre quando Thatcher esvazia os armários com a roupa de seu marido. Ela conversa com ele, interpretado por Jim Broadbent, como se estivesse ainda vivo, enquanto tenta superar sua perda.

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Enquanto fala, lembra momentos de sua vida passada: sua eleição na Câmara dos Comuns em 1959, as férias com seus filhos gêmeos, sua decisão de liderar o Partido Conservador e sua eleição como primeira-ministra em 1979.

O filme recria sua luta contra os “fracos” de seu partido, contra a oposição trabalhista e seu discurso triunfal diante do Parlamento após a rendição das tropas argentinas na Guerra das Malvinas em 1982.

Imagens de arquivo mostram as gigantescas manifestações contra suas reformas, as grandes greves de mineiros, e o atentado do Exército Republicano Irlandês (IRA) contra o hotel onde se alojava durante a conferência de seu partido em 1984 na localidade costeira de Brighton, que matou cinco pessoas.

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Apesar de o filme anunciar-se como imparcial, a Thatcher apresentada desperta mais compaixão, apesar de também apresentar sua intransigência, que quase beira o autismo, antes de sua demissão forçada em 1990.

O filme, que estreia enquanto um novo governo conservador submete os britânicos a um plano de ajuste semelhante ao de Thatcher nos anos 1980, suscita também controvérsia.

A decisão de dar o papel a uma americana esteve rodeada por polêmicas, apesar de atuação de Meryl.

Charles Moore, que está escrevendo a biografia autorizada de Thatcher, afirmou que a interpretação de Streep é “assombrosamente brilhante”, porque captura a presença da ex-primeira-ministra, seu isolamento, sua ambição e também o preço que teve que pagar.

Ele considera que o filme é uma oportunidade de superar o argumento do pró e do contra que dominou as três últimas décadas. “Serve bem ao futuro de Margaret Thatcher – muito melhor, provavelmente, do que ela buscava”, declarou ao Daily Telegraph.

No entanto, Norman Tebbit, membro dos governos Thatcher entre 1979 e 1987, criticou o personagem “meio histérico” e “super sentimental” interpretado por Streep, afirmando que não reflete a mulher que ele conheceu.

E Tim Bell, assessor em suas três campanhas eleitorais vitoriosas, disse que nem se quer se dará ao trabalho de ver o filme. “Vivi a história real. Que interesse existiria em ler um livro se você estava lá?”.

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