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Meghan Markle, a ativista: contra o Brexit e a favor das mulheres

Engajada desde os 11 anos, a atriz americana tem opiniões fortes que podem confrontar a discrição da realeza britânica

Por Da redação
Atualizado em 12 jan 2018, 23h34 - Publicado em 11 jan 2018, 18h01

Agora que não é mais possível seguir Meghan Markle nas redes sociais — a atriz apagou suas contas no Twitter e no Instagram —, é hora de relembrar quem ela era antes de se adaptar ao estilo discreto e recatado da família real britânica. Por trás da estrela da série Suits e da noiva do príncipe Harry, há uma jovem de opiniões fortes que, desde muito cedo, engajou-se em causas nobres, principalmente a promoção da igualdade de gêneroComo voluntária, também se envolveu em projetos filantrópicos e foi embaixadora da ONG de ajuda humanitária World Vision, porta-voz da ONU Mulheres e conselheira da instituição de caridade One Young World. Conheça um pouco do seu legado.

Pequena ativista

Em 1993, quando tinha 11 anos, Meghan assistia a um programa televisivo na escola quando um comercial de produto de limpeza chamou a sua atenção. Enquanto os garotos de sua sala riam, ela não gostou nada de ver funções da cozinha serem relacionadas apenas às mulheres. “Eu não acho que é certo as crianças crescerem achando que só suas mães fazem tudo”, disse em uma entrevista ao canal Nickelodeon na época. “Uma em cada três propagandas diziam algo que feriam os sentimentos de alguém”. Por sugestão do pai, a menina escreveu a então primeira-dama Hillary Clinton, à jornalista Linda Ellerbee e à advogada Gloria Allred, além do próprio anunciante. Para sua surpresa, aquelas mulheres poderosas enviaram mensagens de solidariedade e isso sensibilizou os executivos da empresa a ponto de alterarem o slogan (a palavra “mulheres” deu lugar a “pessoas” para indicar que lavar pratos é para todos). Ter feito a diferença mudou sua vida.

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Contra o Brexit — e Donald Trump

Imagem do Instagram de Meghan Markle (Instagram Meghan Markle/Reprodução)

Em 2003, a futura atriz se formou em Teatro e em Relações Internacionais na Universidade de Northwestern. No terceiro ano de curso, para completar créditos escolares, ela se inscreveu para um estágio na embaixada americana em Buenos Aires e passou alguns meses na capital argentina, no auge de uma crise econômica. “Tinha certeza de que ainda seguiria carreira na política”, confessou à revista  americana Marie Claire em 2013. A vida de atriz não a impediu de escancarar opiniões sobre questões políticas. A moça já deu seu apoio à candidatura de Hillary Clinton nas últimas eleições e chamou o presidente Donald Trump de “misógino” em uma entrevista ao vivo. Mas uma das declarações mais polêmicas, por seu envolvimento com a realeza britânica, foi a crítica à decisão dos ingleses de deixar à União Europeia, em 2016: o Brexit. Na semana do referendo, ela publicou em seu finado Instagram uma foto de protestos de rua pedindo que o Reino Unido não abandonasse o barco. Em um cartaz, lê-se: “Se EU — a sigla do bloco econômico europeu, que, em inglês soa como “you” (“você”) — me deixar agora, arranca a maior parte de mim”).

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Porta-voz da ONU Mulheres

Em 2015, já na TV com a série Suits, Meghan falou no International Women’s Day, encontro em Pequim que celebrava os 20 anos do programa ONU Mulheres. Ela era porta-voz da entidade, promovendo uma maior participação política e liderança femininas. Como contexto, revelou sua epifania quando, ainda menina, indignou-se com o comercial de detergente. “Naquele momento, eu me dei conta da magnitude das minhas ações”, revelou. “Aos 11 anos, eu tinha criado meu pequeno nível de impacto para lutar por igualdade”. A estrela também lembrou que, de sua singular ação contra o sexismo na propaganda até hoje, pouco mudou. “Mulheres precisam de um lugar à mesa (de negociações), precisam de um convite para sentar lá e, em alguns casos, quando isso não existir, elas precisam criar sua própria mesa”.

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Viagens humanitárias

A atriz Meghan Markle e o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau (direita). Meghan em visita a Ruanda (esq) (Reprodução/Instagram)

Seja pelo ONU Mulheres ou em campanhas humanitárias de outras organizações, Meghan está acostumada a voar pelo mundo. Embaixadora da ONG World Vision, do Canadá, ela visitou Ruanda promovendo um projeto da entidade para levar água limpa à comunidades carentes. No Instagram, convidou os seguidores a ler o artigo que escreveu em seu antigo blog sobre a experiência. “Não é só sobre água potável, mas o que isso está fazendo pela educação, mantendo essas crianças na escola, o que está fazendo pela saúde delas, e cada pequena peça está conectada”, declarou. Outra organização que tem o apoio dela é a United Service Organizations, fundada pelo ex-presidente americano Franklin Roosevelt em 1941 para levar suporte moral às tropas do país no exterior. No final de 2014, Meghan foi até o Afeganistão encontrar com soldados e até tirou uma selfie coletiva com eles. “Em gratidão as nossas tropas e pela oportunidade de agradecê-los pessoalmente por seus sacrifícios”, escreveu. A atriz também foi conselheira da One Young World, pela qual alertava sobre trabalho escravo. Em 2016, durante um encontro de membros da entidade no Canadá, Meghan foi apresentada ao primeiro-ministro do país Justin Trudeau entre jovens lideranças do mundo.

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Sexismo na TV

Em 2016, durante seminário do One Young, Meghan contou que bateu de frente com os realizadores de Suits por não gostar da forma como sua personagem era representada. “Nesta temporada, todos os roteiros pareciam começar com ‘Rachel entra vestindo uma toalha’, e eu disse: ‘Não, não faremos mais isso'”, enfatizou. Ela também falou da importância de trazer os homens para a causa feminina, pois, ainda são eles que dominam o mercado. “Precisamos dos homens para promover uma mudança de verdade, pois, no final, o que acho que assusta as pessoas é essa ideia de que o empoderamento feminino é um a ameaça de algum modo e não é, você fortalece a mulher, fortalece toda a comunidade”.

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Feminismo e feminilidade

Em sua luta para dar voz às mulheres, muitas vezes Meghan precisou lidar com a resistência ao feminismo e ignorância sobre o movimento. Ao final de sua entrevista ao experiente jornalista Larry King, ela foi questionada sobre sua beleza, se ela atrapalhava no seu ativismo. “Você não é uma americana qualquer, Megan, admita”, ele brincou. “Não importa sua aparência, você deve ser levada a sério. Acho ótimo ser uma feminista e ser feminina”, ela rebateu.

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