Max von Sydow será corvo de três olhos em ‘Game of Thrones’
Série, que deve ter pelo menos oito temporadas na HBO, mostrará crescimento do personagem Tyrion Lannister, do ator Peter Dinklage
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Da Redação
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5 ago 2015, 10h58
Max von Sydow (Anne Christine/AFP)
O ator sueco Max von Sydow, de papéis secundários em filmes como Robin Hood (2010) e Ilha do Medo (2010) e cruciais como em O Sétimo Selo (1957), de Ingmar Bergman, vai entrar em Game of Thrones no papel do corvo de três olhos. Von Sydow aparecerá a partir da sexta temporada da série da HBO, que deve ter pelo menos oito. Ainda neste ano, o sueco deve ser visto no próximo filme da saga Guerra nas Estrelas: Episódio VII, previsto para dezembro.
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Com experiência em papéis “macabros”, como em O Sétimo Selo, no qual joga xadrez com a morte, e mais recentemente no game Skyrim, onde empresta sua voz ao personagem Esbern, Max von Sydow já está gravando para Game of Thrones. A série, indicada para 24 prêmios Emmy, é a adaptação para a TV de As Crônicas de Gelo e Fogo, uma série de livros que o escritor George R. R. Martin iniciou em 1996 e segue escrevendo até hoje.
A próxima temporada da série, a primeira a não ter um livro como base, já que Martin só escreveu cinco volumes da sua saga até aqui, terá Tyrion Lannister, personagem de Peter Dinklage, reinando absoluto. Bom de lábia e dono de uma das mentes mais brilhantes de Westeros, o anão conduz com sagacidade a sua busca pela sobrevivência: já salvou o reino do sobrinho de uma provável derrota, fugiu da prisão e, agora, deve governar no lugar da desaparecida Targaryen.
O anúncio de que a série da HBO deve ter ao menos oito temporadas foi feito na semana passada pelo presidente de programação da HBO, Michael Lombardo, em uma entrevista coletiva promovida pela Associação de Críticos de Televisão (TCA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos. “Sete temporadas nunca foi a conversa. A questão é quantas além da sétima nós faremos”, disse o diretor.
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1. Informação vale mais que ouro, mostra Lorde Varys
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(VEJA.com/Divulgação)
Para Waverly Deutsch, uma das especialistas ouvidas pelo Wall Street Journal e professora de empreendedorismo da University of Chicago Booth School of Business, uma das maiores lições que se pode aprender assistindo a Game of Thrones é que a informação vale mais que qualquer riqueza.
O personagem Lorde Varys ilustra essa afirmação. Com muitos espiões dentro da Fortaleza Vermelha, ele usa toda informação que consegue para conquistar a lealdade dos líderes dos Sete Reinos -- e também para ameaçá-los. Apesar de seu caráter um tanto duvidoso, mantém-se seguro por meio dos segredos que descobre.
“Informação e assimetria de informação é uma grande dinâmica nos negócios que as pessoas alavancam”, afirma a especialista, mencionando um conceito que ilustra um ambiente em que a informação é distribuída de forma desigual entre os atores envolvidos.
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2. Ser diferente é ser autêntico, como Tyrion Lannister
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(Divulgação/VEJA)
Tyrion Lannister é um anão que cresceu em uma família de belos e poderosos. Ciente de sua diferença, ele dá uma lição sobre como lidar com a situação. “Nunca esqueça quem você é. O resto do mundo não vai esquecer. Use isso como uma armadura, assim, nunca poderá ser algo usado contra você”, prega o personagem. Jon Snow, mesmo sendo criado com conforto no seio da família Stark, é constantemente lembrado de que é filho bastardo e um cidadão de segunda classe.
Para os especialistas ouvidos pelo Wall Street Journal, essas experiências resultaram em senso de justiça e compaixão, além de disposição para agir. Erich Dierdorff, professor de administração da Universidade DePaul, descreve esse comportamento como “liderança autêntica”, como a encontrada em funcionários que começaram em postos mais baixos e conseguiram chegar a cargos de direção. A equipe se identifica com um líder com essa trajetória por acreditar que ele entende melhor as demandas. Deve-se tomar cuidado, no entanto, para que o líder não deixe de ser levado a sério por ser diferente. “A diferença é algo que o afasta de um papel de liderança ou deveria ser algo a ser observado porque pode torná-lo um líder melhor?”
Os especialistas afirmam que essa é uma pergunta importante a ser considerada nos ambientes de trabalho e deve levantar discussões sobre a diversidade nas equipes. Até porque, alguém como o personagem Tyrion provavelmente encontraria resistência à mudanças, dependendo de onde trabalhasse.
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3. Conquiste seus subordinados, como Daenerys Targaryen
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(Divulgação/VEJA)
No mundo de Game of Thrones, as posições de poder são ocupadas pelas pessoas mais insensíveis. Uma figura como Joffrey Baratheon, por exemplo, mesmo não reinando por muito tempo, dominava seus subordinados governando de forma cruel e narcisista. No mundo real, contudo, a liderança deve ser diferente, ressalta o especialista Erich Dierdorff. Ser líder é ter decisões difíceis a tomar, mas isso não significa que você precisa ser rude.
“Usar o medo e a intimidação para liderar, embora possa produzir resultados, é difícil de sustentar. Isso cria um ambiente de falta de confiança, e leva os funcionários a buscar formas de retaliar ou sair”, afirma o Wall Street Journal. Além disso, punições resultam em submissão, não em comprometimento. “As pessoas vão desempenhar suas tarefas básicas, mas não vão além disso”.
Para a escritora Aimee Cohen, os funcionários precisam gostar de seu líder “ou então não é um líder, é um ditador”. A personagem Daenerys Targaryen, por exemplo, se preocupa com o que os súditos pensam dela e tenta conquistar cada vez mais seguidores para aumentar seu poder. Ela quer ser uma rainha querida.
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4. Adaptação é importante, prova Arya Stark
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(Reprodução/VEJA)
O ambiente de constantes mudanças nas alianças e lutas de poder de Game of Thrones torna essencial adaptar-se a novas situações. A personagem Arya Stark, que não tem nenhum poder, foi capaz de se adaptar e sobreviver, seja com Sandor Clegane, o Cão, ou vivendo na Casa do Preto e Branco em Braavos.
Entre as características do profissional que atende a esse requisito estão a disposição para novas experiências e a extroversão, no sentido de estar aberto e confiante, adaptando-se ao ambiente. Outro personagem, Jon Snow, exemplifica essas características. Ele é comprometido e lidera colocando a mão na massa. “Essas qualidades são extremamente importantes no ambiente de trabalho”, destaca o professor Erich Dierdorff. “Bons líderes são os que podem mudar e se adaptar”.
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5. Não seja neurótico como Cersei Lannister
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(Divulgação/VEJA)
A série também é abundante em exemplos negativos. Cersei Lannister é neurótica e suspeita de todos a seu redor. É extremamente preocupada com tudo e surta quando as coisas não saem exatamente como planejou. Esse tipo de comportamento pode ser tóxico em um ambiente de trabalho, alerta o Wall Street Journal. Líderes assim não confiam em ninguém. “Eles não dão autonomia aos seus subordinados diretos, algo que está ligado ao desempenho do funcionário e à satisfação no trabalho”, ressalta o professor Erich Dierdorff, da Universidade DePaul, em Chicago.
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6. O papel das mulheres em Game of Thrones
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(Divulgação/VEJA)
Encontrar um equilíbrio entre ser assertivo e agressivo – comportamento que geralmente é recompensado quando o líder é um homem – é um desafio para as mulheres em ambientes corporativos dominados por homens. Em Game of Thrones há várias figuras femininas fortes, mas elas são representadas em um contexto estereotipado, diz o jornal. Cersei Lannister, por exemplo, exerce poder por meio do marido, dos filhos, do irmão e do pai. Margaery também influencia as pessoas dos bastidores. Daenerys Targaryen, que luta para liderar por conta própria, ainda usa a beleza e a sedução como armas de influência. Arya passa metade do tempo disfarçada de menino. Brienne de Tarth é uma guerreira.
Para Waverly Deutsch, professor de empreendedorismo da Universidade de Chicago, o ponto crucial do papel feminino na série está com Daenerys. “Ela será capaz de ser uma líder forte o suficiente para unir os Sete Reinos antes da chegada do inverno?”. Acompanhar o desenrolar da história será interessante porque mostrará o destino da mulher mais poderosa de Game of Thrones.
(Com agências France-Presse e Estadão Conteúdo)