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Manifestantes protestam no Rio contra reabertura da exposição Queermuseu

Após fechamento precoce em Porto Alegre (RS), mostra foi reaberta neste sábado (18)

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 18 ago 2018, 19h01 - Publicado em 18 ago 2018, 19h01

Cerca de 40 manifestantes de grupos como Movimento Brasil Livre (MBL), Liga Cristã e Templários da Pátria participaram de protesto contra a exposição Queermuseu: Cartografias da Diferença na Arte Brasileira.

A mostra foi reaberta neste sábado (18), no Parque Laje, no Rio de Janeiro, depois de um percurso marcado por incidentes. Ficou apenas 26 dias em cartaz em Porto Alegre (RS) no ano passado, foi barrada no Museu de Arte do Rio (MAR) pelo prefeito Marcelo Crivella (PRB) e mobilizou a classe artística da cidade em torno de uma iniciativa de financiamento coletivo.

O publicitário Marlom Aymes, do grupo Templários da Pátria, disse estar no Parque Lage para “proteger” os manifestantes conservadores. Segundo ele, o grupo foi criado há cerca de quatro meses para cuidar da segurança dos manifestantes, “contra os ataques da esquerda nas manifestações”.

“Não estamos contra as pautas LGBT, mas contra algumas obras da exposição que incentivam a pedofilia, pregam o vilipêndio religioso”, declarou. “O Templário é um grupo de segurança. Não podemos pregar a violência, mas se houver, precisamos nos defender”, disse.

A candidata a deputada estadual pelo PSOL Carol Quintana bateu boca com vários manifestantes conservadores, mas disse não temer violência. “Tem muita mídia. Eles estão contidos e controlados. Mas não podemos ser silenciados por esse tipo de manifestação”, disse.

O diretor da Escola de Artes Visuais (EAV), Fábio Szwarcwald, disse que as manifestações já eram esperadas e, dentro dos limites da liberdade de expressão fazem parte da democracia. Segundo ele, além dos seguranças do Parque Lage, a exposição conta com uma equipe de segurança privada extra e câmeras de segurança.

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Szwarcwald informou ainda que estão recorrendo contra a proibição de ingresso de menores de 14 anos mesmo acompanhados pelos pais. Segundo ele, essa não era a orientação do Ministério Público.

Solenidade

Na cerimônia de abertura da exposição, seu curador, Gaudêncio Fidelis, acusou o MBL de criar uma farsa contra o evento. Segundo ele, por trás das manifestações “reside um movimento obscurantista com pretensões eleitorais”.

“É uma investida fascista e fundamentalista, que cresce no país e ameaça as liberdades. A abertura (da exposição) é uma das maiores derrotas para o fascismo”, disse Fidelis.

Para ele, o legado da exposição é reabrir o debate. “Impedir o acesso ao conhecimento não é uma alternativa. Só os covardes fazem isso”, criticou. “Diante da censura não cabia outra coisa se não acreditar que o futuro reservava para nós essa vitória.”

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De acordo com o curador, a exposição, que foi interrompida em Porto Alegre ficará no Rio apenas por um mês, período correspondente ao tempo em que ficou fechada no Sul. Até este sábado, ele não recebeu convites para levar para outras cidades.

“O Rio de Janeiro está de parabéns porque, historicamente, sempre esteve à frente dos movimentos de vanguarda e porque representa bem a diversidade. Mas essa não é uma vitória apenas para o Rio. É uma vitória para toda a sociedade brasileira”, disse Fidelis, que a todo momento fazia o sinal de vitória.

Acompanhado pelos dois filhos menores de 14 anos — que estiveram na cerimônia, mas não puderam entrar na exposição, em cumprimento a decisão judicial — Szwarcwald disse que a mostra reafirma o comprometimento da instituição com a liberdade de expressão.

“O prefeito disse que a exposição aconteceria no fundo do mar”, lembrou. “Não estamos em Atlântida (continente mitológico, que teria sido tragado pelo oceano), e ela vai acontecer aqui”, declarou.

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