Livro de cartas de D. Pedro I a Marquesa de Santos vai para a 2ª edição
'Titília e o Demonão' reúne 96 missivas assinadas com os apelidos usados pelos amantes
“Ontem mesmo fiz amor de matrimônio para que hoje, se mecê estiver melhor e com disposição, fazer amor por devoção.” São mensagens apimentadas como essa, que D. Pedro I, citando a imperatriz Leopoldina, escreve à amante Domitila de Castro e Canto Melo, a Marquesa de Santos, que fazem o sucesso de Titília e o Demonão (Geração Editorial, 352 páginas, 39,90 reais). O livro, que leva no título os apelidos usados pelos amantes, acaba de chegar à segunda edição, em fase de distribuição.
A obra, uma compilação de 96 missivas de amor trocadas por Demonão e Titília ao longo de sete anos de relacionamento, foi organizada pelo arquiteto Paulo Rezzutti, um estudioso da família real brasileira. A primeira tiragem do livro, lançada no final de março, teve 5.000 exemplares, número repetido na segunda remessa.
O volume não é grande, mas é bom em termos de mercado brasileiro. Basta dizer que 5:00 da Manhã, da atriz Cibele Dorsa, só agora está perto de esgotar a primeira tiragem, de mesma quantidade, semanas após o suicídio bastante noticiado da autora.
Rezzutti descobriu as cartas quase por acaso no acervo da Hispanic Society of America, em Nova York. A obra, além de resgatar e divulgar documentos inéditos, ajuda a compreender melhor a figura complexa que foi D. Pedro I e o período em que ele reinou. Depois da proclamação da República, em 1889, a aventura extraconjugal de D. Pedro I foi distorcida e usada como propaganda contra o império.
Escritos à mão, com letra cursiva, os textos revelam um imperador preocupado com a família, com os filhos legítimos e bastardos, além de um amante incorrigível.
Acervo Digital: O romance que quase abalou o império