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Little Mix: de cantoras fabricadas em reality show a estrelas emancipadas

Grupo feminino criado pelo 'X Factor' fala a VEJA sobre como continuam na estrada sem ser vítima da volátil indústria das girlbands

Por Eduardo F. Filho Atualizado em 20 mar 2020, 16h22 - Publicado em 11 mar 2020, 18h28

Se tem algo que a música pop não se cansa de criar em laboratório é a combinação explosiva de pessoas atraentes e dançantes, cantarolando canções joviais em grupos denominados como boyband ou girlband — variações para as trupes de rapazes ou garotas, respectivamente. A inglesa Little Mix não foge à regra. O quarteto formado por Jade Thirlwall, Leigh-Anne Pinnock, Jesy Nelson e Perrie Edwards — que desembarcou em São Paulo desfalcado, sem Perrie, para um show no Festival Grls, no domingo, 8 —, porém, tem surpreendido por sua duração e alcance, que superou as fronteiras da música e chegou ao prestigioso canal BBC com um documentário e, em breve, um show de talentos.

 

O grupo é parte da safra revelada na última década pelo produtor Simon Cowell – que, assim como fez na Little Mix, uniu participantes do show de talentos X Factor para dar origem a outra girlband, o Fifth Harmony, e à bem-sucedida boyband One Direction. Dos três conjuntos, apenas a Little Mix continua firme e forte, somando nove anos de estrada.

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A resiliência do grupo no volátil mundo da música pop está ligada ao poder de adaptação das integrantes. Sendo que a surpreendente modéstia das meninas é um fator essencial. Bandas pop sofrem de excesso de autoestima e estrelismo, que causam brigas internas, saídas de integrantes, e o desejo de só fazer shows para públicos gigantescos em estádios. O quarteto encontrou seu lugar à margem: elas são acessíveis, fazem apresentações pequenas (como a do Brasil) e gostam de falar sobre temas complexos, sem medo de arranhar a aura de estrelas.

“Não nos esforçamos para parecer popstars perfeitas. Na indústria, o público olha o artista como se ele não fosse real, como se não tivesse sentimentos e problemas, e somos completamente o oposto disso”, disse Jesy a VEJA durante a passagem por São Paulo. A garota de 28 anos, aliás, é uma das mais abertas sobre dilemas pessoais. No ano passado, ela lançou pelo canal BBC o documentário Odd One Out (A Estranha, em tradução livre), no qual fala sobre como lidou com problemas de autoaceitação. A jovem cantora até pensou em se matar quando foi chamada de “gorda” no começo do sucesso do grupo. Outros assuntos, como racismo, xenofobia e machismo são abordados por elas publicamente nas redes sociais. Nas letras das músicas, exaltam o poder feminino de suas jovens ouvintes, composições aliadas ao bom e velho e dançante pop enlatado.

Little Mix se apresenta no Festival Grls em São Paulo
Little Mix se apresenta no Festival Grls em São Paulo (Helena Yoshioka/.)

Se o Fifth Harmony e o One Direction perderam força com a saída de um e outro integrante, a Little Mix fez um movimento contrário: deixou para trás o superpoderoso Simon Cowell. Ao se desprender do produtor e de sua gravadora, em 2018, as jovens ficaram livres para criar um reality show concorrente ao X Factor. O programa se chamará The Search, e será exibido pela BBC, previsto para estrear até o meio de 2020.

Elas não comentam as razões do fim da parceria com Cowell, mas deixam uma sugestão em conversa a VEJA. “No começo, éramos jovens garotas sem experiência. Levou muito tempo até os homens nos levarem a sério, até escutarem nossas opiniões e nos permitir sermos nós mesmas”, disse Jade. “Sempre falaremos sobre empoderamento feminino e o direito das mulheres para todos os que quiserem nos ouvir.” Haja poder feminino.

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