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‘Ken humano’ se assume como Barbie transgênero: ‘Falhei em ser homem’

O modelo paulistano Rodrigo Alves, de 36 anos, conta por que resolveu passar por mais uma série de cirurgias plásticas

Por Eduardo F. Filho Atualizado em 17 jan 2020, 14h29 - Publicado em 17 jan 2020, 06h00
ARTIFICIAL – Roddy: gastos de 3 milhões de reais em 73 cirurgias (./.)

Depois de anos de esforço e muitos procedimentos para se transformar no “Ken humano”, por que inverter o sinal e se transformar em Barbie? As pessoas começaram a me chamar de Ken humano por eu parecer um boneco. Eu me diverti bastante durante esses oito anos sendo Ken, coloquei um abdômen masculino falso, braços com músculos falsos, tudo por meio de plásticas. Tentei ao máximo ser homem, mas falhei. Na verdade, nunca quis ser homem nem possuir um corpo masculino. Sempre me senti mais Barbie que Ken.

Quando percebeu que havia uma mulher escondida em você? Foi há dois anos. Eu estava fazendo uma campanha publicitária em Nova York e precisava me vestir de mulher. Usei lingerie, calcinha, vestido, salto alto, peruca e maquiagem profissional. Foi como se eu me encontrasse novamente. Eu me senti nas nuvens. A produção deixou que eu levasse todos os figurinos para casa e, a partir dali, aquilo virou o meu segredo.

Segredo? Todas as noites, quando ficava sozinha no meu quarto, eu me transformava em mulher. Tirei alguns meses de recesso do trabalho e fui viajar só com roupas femininas. Toda montada. Aquilo foi como terapia para mim. Mas eu não podia ficar fora muito tempo. Sou uma pessoa pública. Quando voltei, dei início ao processo de mudança.

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Quais cirurgias você já fez? Tirei o abdômen e os músculos falsos dos braços. Coloquei mais gordura no bumbum e nos quadris, tirei quatro costelas para afinar a cintura. Minha próxima cirurgia, daqui a duas semanas, será para aumentar as mamas e colocar silicone. Em fevereiro, vou fazer a feminização facial e, no começo de 2021, a cirurgia para a retirada da genitália. Fiz, até o momento, 73 plásticas e gastei 3 milhões de reais. Vale tudo pela beleza única.

O que seria uma beleza única para você? Quero dizer que minha beleza não pode ser comparada à das outras pessoas. É uma beleza andrógina que se destaca.

Uma beleza plastificada? Uma beleza artificial, eu diria.

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Por que apagou todas as fotos antigas do seu Instagram? Não quero mais ser associada à minha antiga imagem. Não sou homem, travesti nem gay, sou uma mulher transgênero e quero ser reconhecida como tal. Na minha rede social não existe mais Rodrigo, agora é Roddy, um nome neutro. Sou como a rainha Elizabeth, que tem dois aniversários: um quando nasceu e o outro quando foi coroada. Meu aniversário é em 30 de julho, quando farei 37 anos, mas fui coroada em 5 de janeiro, dia do meu renascimento.

Não há risco de se arrepender de novo? Eu me arrependo de não ter feito essa transição antes. A vida é uma constante evolução pessoal. Mas virar homem, nunca mais. Demorei demais para descobrir quem realmente sou.

 

Publicado em VEJA de 22 de janeiro de 2020, edição nº 2670

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