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Jennifer Lopez, Mariah Carey e o declínio das divas

Com discos recém-lançados, cantoras que fizeram sucesso nos anos 1990 encaram vendas precárias e um mercado competitivo

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 26 jun 2014, 16h59
As cantoras Jennifer Lopez e Mariah Carey
As cantoras Jennifer Lopez e Mariah Carey (VEJA)

As cantoras Mariah Carey e Jennifer Lopez possuem diversos predicados em comum. Ambas estão com exatos 44 anos (Mariah é mais nova por alguns meses), cresceram em subúrbios no estado de Nova Iorque, têm ascendência latina e são divas do estilo R&B.

Mariah chegou antes, no início dos anos 1990, com uma pegada soul, baladas românticas e vocais poderosos (sua marca), além de roupas comportadas e uma vasta cabeleira cacheada. Já J.Lo., como é chamada pelos fãs, investiu em batidas dançantes em seu primeiro disco On The 6, de 1999, em meio a explosão pop de garotas de barriga de fora, como Britney Spears e Christina Aguilera.

Agora, em 2014, seus caminhos voltam a se cruzar. Ambas lançaram discos novos. E ambos os álbuns, por razões parecidas, são fracassos de crítica e vendas.

Mariah, que em um passado de glória vendia álbuns como água no deserto, viu seu novo trabalho, Me. I Am Mariah, vender pouco mais de 58.000 cópias na primeira semana. Um número irrisório para uma indústria que, apesar de não viver seus melhores momentos, já conta com outras divas, como Beyoncé, que comercializou 310.000 cópias de seu disco homônimo em uma semana. Taylor Swift, com seu disco Red, vendeu 1,2 milhão de cópias no lançamento. O destino de Jennifer não foi muito diferente de Mariah. Seu novo disco, A.K.A., vendeu míseras 33.000 cópias na primeira semana nas lojas – a pior marca de sua carreira -, e muito atrás da deprê Lana Del Rey, que ocupou a lista de álbuns mais vendidos do período com 182.000 cópias de Ultraviolence.

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Mariah Carey usa vestido longo brilhante no metrô

Se os números não são bons, os discos são ainda piores. Da primeira a última faixa, A.K.A. é um martírio. A voz de Jennifer continua de difícil digestão e nenhuma canção se candidata a hit, como outros de sua carreira, como Dance Again, On The Floor e If You Had My Love. Não foi por falta de esforço. J.Lo convidou um time forte de rappers, entre eles Pitbull e a queridinha do momento Iggy Azalea, que deveriam levantar o ânimo do CD, mas estragaram ainda mais a festa.

Me. I Am Mariah é levemente mais palatável. A fórmula adotada pela cantora desde o disco Butterfly (1997) está toda ali: batidas eletrônicas de R&B misturadas a pianos suaves de fundo, canções dançantes com participações especiais de – claro – rappers, algumas faixas com inspiração gospel, muitos gritinhos, suspiros e letras que falam de amor e sexo.

O apelo sexual e as roupas diminutas são também ingredientes usados indiscriminadamente pelas duas cantoras. Jennifer continua linda e com tudo em cima. Mariah errou a mão na quantidade de silicone, mas não desiste de posar de musa. Porém, o cenário atual está muito competitivo, em todos os sentidos. De um lado, cantoras como Miley Cyrus e Rihanna se viram do avesso para sensualizar, praticamente sem roupa, em shows pirotécnicos. Do outro, jovens talentosas como Lorde, Adele e Sky Ferreira abocanham prêmios musicais e boa parcela dos ouvidos mais apurados.

Ao que tudo indica, resta para Mariah e J.Lo. a glória dos dias passados e seguir o caminho de cantoras como Céline Dion e Britney Spears, que, aceitando que seu tempo passou, embolsaram alguns milhões e atualmente protagonizam shows em Las Vegas no melhor estilo fim de carreira.

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‘Vision of Love’ (1990)

Primeiro hit de Mariah Carey, Vision of Love é faixa do disco de estreia da cantora, Mariah Carey (1990). O casarão abandonado que aparece no videoclipe é mero cenário: na canção, Mariah faz a diva realizada, que após passar várias noites amargando a solidão finalmente conseguiu encontrar um amor e ser correspondida. Vision of Love ficou quatro semanas no topo da lista Billboard Hot 100, que reúne as músicas mais populares executadas nos Estados Unidos. 

‘Hero’ (1993)

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Hero foi o segundo single do disco Music Box, lançado em 1993 por Mariah Carey. A balada, munida de um forte tom de autoajuda, incentiva as pessoas a enxergarem heróis em si mesmas (“Quando você sentir que a esperança se foi / olhe para você mesmo e seja forte / e você finalmente verá a verdade, que um herói mora em você.”). A canção liderou a Billboard Hot 100 por três semanas consecutivas.

‘Fantasy’ (1995)

O primeiro single do disco Daydream, de 1995, Fantasy é uma canção leve a animada sobre uma mulher apaixonada que fantasia sobre o amado. A música ganhou o mundo e liderou listas de mais populares em lugares como Reino Unido, Austrália e França. Nos Estados Unidos, ficou em primeiro lugar por oito semanas consecutivas. 

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‘Heartbreaker’ (1999)

Com a participação especial de Jay Z, que escreveu a canção ao lado de Mariah, Heartbreaker é faixa do disco Rainbow e marca a mudança da cantora de diva do soul para pop star que dança de barriga da fora. A canção que chegou ao topo do Billboard Hot 100 fez sucesso em todo o mundo, especialmente por causa do clipe engraçado, em que Mariah vive a garota traída e também a vilã morena, que sai com seu namorado. Na melhor cena, Mariah loira e Mariah morena saem no tapa no banheiro do cinema. 

‘We Belong Together’ (2005)

Em baixa entre 2001 e 2005, Mariah Carey ressurgiu como uma fênix para a indústria fonográfica com o hit We Belong Together, do disco The Emancipation of Mimi (2005). Os fãs respiraram aliviados com a balada simples, traumatizados após fracassos como Glitter, trilha sonora de Mariah para seu próprio filme, Glitter – O Brilho de uma Estrela (2001). A música ficou no topo da Billboard Hot 100 por catorze semanas consecutivas.

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‘If You Had My Love’ (1999)

Lançado em maio de 1999, o hit If You Had My Love foi o responsável por fazer Jennifer Lopez explodir no cenário musical. A canção, presente em seu disco de estreia On the 6, atingiu a primeira posição nas paradas americanas e de outros países, como Australia e Canadá. No clipe, Jennifer Lopez dança e se contorce sensualmente enquanto é observada em um vídeo executado em tempo real na internet. 

‘Love Don’t Cost a Thing’ (2001)

Presente em seu segundo álbum de estúdio, J.Lo, de 2001, Love Don’t Cost a Thing entra na lista dos refrãos chicletes de Jennifer Lopez.  O single conquistou a primeira posição nas paradas do Reino Unido e do Canadá e o terceiro lugar no Billboard Hot 100. O clipe, assim como a letra, discorre sobre o fato de que o amor não tem preço. Para representar a metáfora, a cantora vai se desapegando de seus bens materiais, como uma bolsa – aparentemente cara –, um carro de luxo, óculos, roupas, até chegar a uma praia, onde, para variar, sensualiza nua na beira do mar.

‘Jenny From the Block’ (2002)

Apesar de estar em seu terceiro álbum de estúdio e com alguns milhões de dólares na conta, Jennifer Lopez faz questão de afirmar que ainda é aquela garota que cresceu no humilde bairro do Bronx, em Nova York, na música Jenny From the Block. O single, que integra o disco This Is Me… Then, de 2002, representa uma fase mais próxima ao hip hop da cantora e atingiu a terceira posição nas paradas americanas e britânicas. 

‘Get Right’ (2005)

O riff de saxofone e o refrão de Get Right dificilmente saem da cabeça após ser ouvido pela primeira vez. Lançado em 2005, o hit faz parte do quarto álbum de estúdio de Jennifer Lopez, Rebirth, e alcançou o primeiro lugar nas paradas do Reino Unido. No clipe, a cantora encarna diferentes personagens dentro de uma discoteca, como uma DJ, uma garçonete, uma celebridade e uma dançarina, e as cenas são intercaladas com J.Lo dançando sob um fundo cinza, obviamente, com a barriga sarada à mostra.

‘On the Floor’ (2011)

Após uma fase ruim com os discos Como Ama una Mujer e Brave, ambos lançados em 2007, Jennifer Lopez retornou às paradas com o hit On the Floor, um dos mais bem sucedidos de sua carreira. Com uma batida eletrônica e melodia da música Lambada, do grupo de lambada brasileiro Kaoma, o single que integra o álbum Love?, de 2011, atingiu a primeira posição no Reino Unido, Canadá e Austrália, e a terceira posição no Billboard Hot 100. O sucesso conta com parceria do rapper Pitbull e tem cerca de 763,1 milhões de visualizações no YouTube.

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