Izabella Camargo, sobre a Globo: ‘Ninguém de lá falou comigo ainda’
Justiça ordenou a recontratação da jornalista pela emissora, que a demitiu em novembro
Izabella Camargo ainda não foi contatada pela Globo depois que a Justiça determinou que a emissora reintegre a jornalista a seu quadro de funcionários, na tarde desta quinta-feira, 4, como revelou reportagem de VEJA. Questionada sobre os próximos passos, a jornalista afirmou que ainda não sabe e que prefere não comentar se tem vontade de voltar ao canal. “Ninguém de lá falou comigo”, disse.
“O caso está sob segredo de Justiça”, afirmou. “O que posso dizer é que a decisão pode beneficiar todos que sofrem suas dores invisíveis e foram prejudicados por desenvolverem problemas físicos ou mentais nos ambientes profissionais. Como jornalista fico feliz. Como poderia ser diferente? Não buscar a verdade? Não buscar a lei? Fazemos isso com todas as pautas que nos dão para pesquisar e trabalhar! Estou exercendo a profissão que escolhemos! Entendo que nossa missão é essa: falar a verdade. Não fiz nada de errado. Fiz o melhor que pude sempre.”
Izabella era apresentadora da previsão do tempo no Hora 1 e Bom Dia, Brasil. Por causa do horário em que esses telejornais vão ao ar (madrugada e manhã), a jornalista precisava trocar o dia pela noite. Foi diagnosticada com a síndrome de burnout, causada por condições de trabalho desgastantes, e tirou uma licença médica. Ao voltar, foi demitida.
Em depoimento a VEJA, em janeiro, Izabella afirmou que foi incompreendida. “Entre um sintoma e outro, levava laudos para meus chefes pedindo só uma mudança de horário. Voltei de uma licença médica e fui dispensada. Uma doença assim não é bem-vista nas empresas. Algumas preferem até dizer que o funcionário quebrou o pé a confirmar a síndrome”, disse. Depois de deixar a emissora, Izabella trabalhou na comunicação do Ministério da Ciência e Tecnologia, conforme revelou o Radar.
A notificação da Justiça determinando a recontratação de Izabella foi levada ao prédio da Globo por volta das 13h30 da quinta-feira. Em sua decisão, o juiz José Aguiar Linhares Lima Neto, da 24° Vara do Trabalho, afirma que a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera a síndrome de burnout como doença relacionada ao trabalho, sendo a demissão nula porque ocorrida no período de estabilidade. A jornalista não poderá trabalhar no período da madrugada, para evitar o agravamento do problema.
Podcast: Izabella Camargo fala sobre a síndrome de burnout
A jornalista contou um pouco de sua experiência com a síndrome para as jornalistas Alessandra Balles e Isabella Marinelli no podcast Senta lá, CLAUDIA, da revista Claudia: