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‘Insurgente’ é ‘Jogos Vorazes’ sob efeito de alucinógeno

Sequência de ‘Divergente’ tenta estabelecer a franquia como a distopia do momento, mas peca no exagero de referências, enquanto ganha pontos pelo elenco feminino em papéis fortes

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 19 mar 2015, 08h46

Há exatamente um ano, chegava ao cinema Divergente, trama baseada no primeiro livro da trilogia best-seller escrita por Veronica Roth que reforçou o pujante filão de distopias adolescentes. O filme veio com a missão de ser o novo Jogos Vorazes, outra produção do estilo, também oriunda de uma trilogia literária. Apesar das similaridades, porém, a série Divergente é fraca perto do texto da escritora Suzanne Collins, mais conciso e determinado em defender um ponto de vista. A saga de Veronica é uma salada de referências, onde se veem futuro pós-apocalíptico, ficção científica, experimentos psicológicos, divisão de classes e dramas adolescentes dignos de um filme de high school americano. A bagunça faz da sequência, A Série Divergente: Insurgente, que chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, uma espécie de Jogos Vorazes sob o efeito de alucinógenos – daqueles que causam bad trip.

O primeiro filme da franquia é uma introdução à cidade e ao tempo ficcional onde se localizam a história e seus personagens. Ali, o futuro é feio, com um mundo destruído e uma sociedade sobrevivente dividida em cinco facções: Abnegação, Amizade, Audácia, Franqueza e Erudição. Quem não consegue se manter em nenhuma delas, vive à margem, no grupo dos sem-facção. Entre as armas usadas pelos líderes locais para controlar a população, estão soros de simulação, que colocam os habitantes em estado de transe, sem saber o que é realidade ou imaginação. Quem resiste ao soro é chamado de divergente. Logo, um perigo para a paz fabricada.

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À frente da produção está Shailene Woodley, que dá vida à divergente Tris Prior, uma adolescente forte, explosiva e, ao mesmo tempo, de coração mole. Constantemente comparada à Katniss, personagem de Jennifer Lawrence em Jogos Vorazes, Tris se destaca por seus contrastes exagerados, ora mocinha indefesa ora bomba relógio. Shailene, que já provou seu talento em outras produções, entre elas o hit A Culpa É das Estrelas, é o fio condutor de um elenco em que mulheres se sobressaem, ponto que vale ser ressaltado, especialmente em tempos em que Hollywood enfrenta fortes acusações de sexismo.

Além da protagonista, três outras importantes personagens são mulheres, enquanto os homens servem de pano de fundo como ajudantes, capachos e amantes. Kate Winslet volta ao papel de Jeanine, vilã líder da facção Erudição que nesta segunda empreitada mostra intenção de controlar toda a sociedade. Os embates entre a veterana e a jovem Shailene estão entre alguns dos bons momentos do longa. Na trama, Jeanine, uma perseguidora ávida dos divergentes, captura Tris com o intuito de usá-la como cobaia para destravar uma caixa misteriosa, onde está uma mensagem dos fundadores da sociedade.

Em contraste com a gélida Jeanine e sua figura loira empoderada, aparece Naomi Watts no papel de Evelyn, líder dos sem-facção e mãe de Four (Theo James), namorado de Tris. De cabelo preto, roupas surradas e olhar distante, a atriz, quase irreconhecível, levanta um exército para combater a chefe da Erudição. Por fim, Octavia Spencer é apresentada como a personagem Johanna, líder da facção Amizade, mas ela não ganha no filme o mesmo destaque que tem no livro.

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O elenco forte faz o que pode com o roteiro, que excede em didatismo para explicar o tempo todo a confusa trama. Maçante, a repetição também marca os livros – a autora parece achar que seus leitores têm uma memória fraca e precisam, sempre que possível, ser lembrados do que se passou na saga.

Boa parte da tensão do filme está concentrada nos testes aplicados por Jeanine em Tris. A jovem deve passar pela simulação de todas as facções, sendo uma das mais difíceis e perigosas a da Audácia, em que ela tenta salvar a mãe – morta no filme anterior – de uma casa voadora em chamas. Piração, abstração e muita paciência são requisitos necessários para quem decidir se manter na sala de cinema até o final.

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