IMPERDÍVEL: Masp recria ‘A Arte dos Pobres’, sua mostra inaugural
Em 1969, 'A Mão do Povo Brasileiro' foi rechaçada por louvar a produção artística popular
O vasto panorama da cultura material brasileira, representado na mostra temporária que inaugurou o Museu de Arte de São Paulo (Masp), em 1969, foi recriado em exposição aberta nesta sexta-feira. A Mão do Povo Brasileiro — ou A Arte dos Pobres, como foi chamada pelo italiano Bruno Zevi — foi concebida por Lina Bo Bardi, arquiteta que assina o projeto do museu, junto ao marido, Pietro Maria Bardi, que dirigia a instituição, o cineasta Glauber Rocha e o diretor de teatro Martim Gonçalves. Na versão original, A Mão do Povo Brasileiro contou com cerca de mil objetos, como carrancas, ex-votos, tecidos, roupas, móveis, ferramentas, utensílios, maquinários, instrumentos musicais, adornos, brinquedos, objetos religiosos, pinturas e esculturas, dispostos a fim de não haver espaços “vazios” na exposição.
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Em sua auto-denominada “nova fase”, o Masp busca descolonizar suas exposições — compostas majoritariamente por arte europeia — e valorizar a produção nacional, além de buscar suas raízes. Foi daí que surgiu a ideia do remake de A Mão do Povo Brasileiro, de obras já rechaçadas pelo governo e pelo povo brasileiro, milimetricamente reconstituída para saudar a cultura brasileira em todas as suas particularidades. A Mão do Povo Brasileiro, 1969/2016 ficará em cartaz até 29 de janeiro de 2017, de terça a domingo, das 10h as 18h. O ingresso que dá acesso a todas as exposições do Masp tem valor único de 25 reais.