IMPERDÍVEL: A deliciosa melancolia de Michael Kiwanuka
Cantor londrino lança segundo disco com faixas que vão do romance ao protesto
Após a boa recepção de Home Again (2012), o jovem britânico Michael Kiwanuka, 29 anos, volta a mergulhar sem medo na boa melancolia que só a soul music pode promover. Seu segundo disco, Love & Hate, pulsa sensibilidade e sensualidade, em faixas bem estruturadas, com texturas sonoras deliciosas e letras que vão da introspecção e do romance até o protesto. Black Man in a White World (Um Homem Negro em um Mundo Branco, em tradução livre), uma das melhores faixas do disco, mistura tais características de maneira hipnótica. O início da canção, que segue como base até o fim, é feito de palmas e vocais distorcidos, que repetem o título da composição em um funk agitado, remetendo a uma música que poderia ter sido cantada em um campo de trabalho de escravos.
A primeira faixa Cold Little Heart começa como um mantra intenso, feito ao piano com momentos de vozes, que segue em uma crescente por 5 minutos, quando finalmente Kiwanuka quebra o clima para cantar sobre um amor em crise.
Ao longo de 10 faixas, o artista londrino descendente de ugandenses mostra suas influências, que vão de Marvin Gaye e Bob Dylan a Jimi Hendrix e Curtis Mayfield. Destaque para as canções Falling, One More Night, I’ll Never Love e Love & Hate, que dá nome ao álbum.