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Iggy Azalea x Rita Ora: as loiras no encalço do hip hop

Gênero que movimenta bilhões por ano só nos Estados Unidos, o atraente hip hop acaba de conquistar duas loiras para o seu rebanho. Uma feita sob medida, a outra – providencialmente – adepta do estilo desde criancinha, saiba quem são as divas de cabeleira à la É o Tchan que cantam neste domingo no Video Music Awards (VMA), da MTV, e o resto do ano nas rádios e iPods do mundo

Por Marina Oliveira
24 ago 2014, 17h58

Nascidos em redutos negros americanos no fim dos anos 1970, o rap e o hip hop foram por muito tempo a música de homens negros que professavam a revolta, a violência, o machismo. Aos poucos, essa música, mesmo com todas as arestas, foi saindo do gueto e conquistando espaço no main-stream. Seguiram-se processos de diversificação e suavização. Hoje, o hip hop é mais que um estilo popular: ele é um estilo dominante na música jovem. Todos os seus elementos foram isolados e transformados em verniz, que pode dar brilho a qualquer produto. Ainda existem, é claro, os artistas autênticos. Mas começam a surgir as puras fabricações, que nada têm a ver com a raiz do hip hop. Porque sucessos se sucedem aos montes em mercados assim – eles são produzidos e descartados com a velocidade necessária para fazer a engrenagem da indústria girar. Não é à toa que as novas expoentes do gênero são não somente brancas e loiras: Iggy Azalea, 24 anos, que canta rap com a mesma atitude e desenvoltura de um desbocado marginal, vem da Austrália, e Rita Ora, 23, que tem sido comparada a Rihanna, é uma menina de Kosovo que se naturalizou inglesa, antes de cair nas graças de Jay Z e subir nas paradas americanas. Elas são a prova de que o próximo produto pode vir de qualquer matéria-prima e que, se bem trabalhado na fábrica, tem tudo para não parar nas prateleiras.

Bonita e descolada, Rita foi moldada para o hip hop por Jay Z, marido e empresário de ninguém menos que Beyoncé, que fatura mesmo imersa em rumores de crise com o maridão. O rapper viu em Rita, originalmente uma cantora ligada ao pop, uma fonte certa de receita: era só dar um banho de hip hop que venderia fácil em um meio que movimenta mais de 10 bilhões por ano só nos Estados Unidos, segundo levantamento feito pela revista Forbes ainda em 2004. Acertou em cheio. Rita está comemorando seu primeiro disco de platina, pelas mais de 300 000 cópias vendidas no Reino Unido de Ora, seu primeiro disco, lançado em agosto. E está escalada para o que promete ser uma das maiores bilheterias de 2015: o longa Cinquenta Tons de Cinza, em que viverá Mia , a irmã do galã sadomasoquista Christian Grey.

Iggy, por sua vez, era o talento certo no momento certo: ela já fazia hip hop quando foi descoberta, em 2011, e daí para a fama foi um pulo. A australiana se projetou com vídeoclipes na internet, bem antes do lançamento de seu disco de estreia, The New Classic, que chegou às lojas em abril. O álbum até tem suas qualidades, mas não supera o burburinho em volta da cantora, que sabe usar a seu favor as controvérsias que aparecem, batendo duro e valorizando cada osbtáculo que encontra. Afinal, o hip hop mudou, mas não tanto assim, e ser uma mulher branca nesse meio não significa exatamente ter todas as portas abertas. A rejeição por parte de alguns músicos foi tanta que até a Forbes se viu obrigada a mudar o título de uma crítica favorável à cantora publicada no site da revista em maio deste ano: “Hip Hop Is Run By A White, Blonde, Australian Woman” (O hip hop é comandado por uma mulher branca, loira e australiana, em tradução livre) foi alterado para “Hip-Hop’s Unlikely New Star: A White, Blonde, Australian Woman” (A nova estrela improvável do hip hop: Uma mulher branca, loira e australiana, também em tradução livre).

Se a música não é das mais inventivas, Rita e Iggy são personas bastante interessantes, que conseguiram um lugar ao sol no meio dos brutamontes milionários do hip hop e expandiram sua fama para além da indústria fonográfica.

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Para tentar perpetuar a fama conquistada, as duas cantoras se uniram. No ano passado, Iggy abriu os shows da turnê de Rita Ora no Reino Unido e na última semana elas lançaram o videoclipe da música Black Widow, do primeiro álbum de Iggy, que tem a participação de Rita. A canção será apresentada ao vivo por elas neste domingo no Video Music Awards (VMA), premiação do canal americano MTV que é um famoso palco para artistas que gostam de controvérsias – vide as comentadas apresentações de gente como Britney Spears que beijou Madonna na boca em 2003, e Miley Cyrus, em 2013, com suas caretas e rebolado que até hoje dão pesadelos em criancinhas pelo mundo.

Um desempenho parecido com o das estrelas do pop é esperado das novas divas loiras do hip hop. Ambas são grandes especialistas em “causar”. Confira abaixo mais detalhes sobre a vida e música de Rita e Iggy que, além das semelhanças que as unem, também se sobressaem pelas diferenças individuais.

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