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Grazi Massafera: enfim, aceita como atriz

Por Maria Carolina Maia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 30 dez 2009, 20h11

Há meia década, a atriz Grazi Massafera, de 27 anos, faz o sinal da cruz cada vez que chega aos estúdios da Rede Globo, no Rio. “É para pedir proteção”, diz. Não é para menos. A partir da aparição no Big Brother Brasil, ela saltou para quatro novelas e centenas de capas de revista. Despertou, por isso, um venenoso ataque dos colegas da nova profissão. “Eu surgi como uma celebridade instantânea. E algumas pessoas que estão na dramaturgia há anos não conseguem essa visibilidade”, conta, tentando explicar as críticas surgidas nos bastidores globais.

A condição de Grazi como atriz começou a se solidificar recentemente, enquanto ela se preparava para viver sua primeira vilã, Deodora, em Tempos Modernos – folhetim que estreia na próxima segunda-feira às 19h. “Foi a primeira vez que fui convidada para uma novela e não houve nenhum burburinho a respeito”, comenta. Na entrevista a seguir, Grazi, nascida na pequena Jacarezinho (PR), relembra os percalços na trajetória na TV e revela detalhes da preparação de Deodora – que incluem a observação de filmes como Kill Bill e Blade Runner.

Deodora, a vilã de Tempos Modernos, é uma ruptura com suas referências de moça do interior. Como você está se preparando para o papel?

A Deodora é uma vilã, mas uma vilã de comédia. Então, ela tem uma certa leveza. É quase um personagem de história em quadrinhos. Ela também é passional, no trabalho e na relação que mantém com Albano (outro vilão, vivido por Guilherme Weber), que quer dominar o Titã, prédio comandado pelo Leal (Antônio Fagundes). E, apesar de passional, ela permite que Albano namore a Regeane (Vivianne Pasmanter), porque isso faz parte dos planos de tomar o Titã. Ela é diferente de tudo o que já fiz. Fico horas lendo e relendo cada cena, tentando entendê-la. Às vezes, em casa, quando o Cauã (Reymond, namorado da atriz) não está, eu passo o dia dentro da personagem, para descobrir como ela anda, de que jeito pega no copo. Também vi muitos filmes de ação para buscar referências, como Pulp Fiction, que é divertido, Assassinos por Natureza, em que pude perceber o tesão dos personagens pela maldade e mesmo a inocência nessa maldade, Kill Bill, em que observei posturas de luta, e Blade Runner – O Caçador de Andróides, em que os personagens, como na novela, não são muito realistas.

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Bob Paulino/TV Globo A Deodora, então, já está pronta?

Ainda não. Eu estou buscando o tom da personagem junto com os diretores e os outros atores. O Guilherme encontrou o tom do personagem dele logo na primeira cena. Foi uma experiência muito bacana de ver. É o que eu quero para mim. Mas acho que, a partir da estreia, algumas fichas vão cair e minha personagem irá acontecendo, à medida em que eu tiver noção da trama como um todo e for trocando impressões com os colegas. Mas eu estou super feliz. Foi a primeira vez que fui convidada para uma novela e não houve nenhum burburinho a respeito.

Como assim?

Eu sempre fui convidada, mas sempre teve algum burburinho. Na minha primeira novela, Páginas da Vida, houve aquela confusão de primeira novela, eu sofri preconceito nos bastidores por parte de alguns colegas, porque era uma ex-BBB. Aí, teve Desejo Proibido, para a qual fui convidada pelo diretor Marcos Paulo, mas o Walther Negrão, que era o autor, falou: “Ai, será?” Mais tarde, o Negrão me ligou para conversar e hoje somos amigos. Depois, veio Negócio da China, do Miguel Falabella, que declarou que a minha escalação fora imposta a ele. Mas eu acabei a novela admirando ainda mais o Miguel, pela coragem de assumir tudo e de, no final, reconhecer que gostou da minha participação. Agora, em Tempos Modernos, de Bosco Brasil, é a primeira vez que não acontece nada nesse sentido (risos). Eu estou ansiosa para que comece logo, estou cruzando os dedos.

Você tem medo de receber críticas pela Deodora?

Não. Como eu sempre recebi críticas, desde a época em que era miss Paraná, lido bem com isso. Inclusive, quando leio críticas que considero positivas, acho que estão exagerando um pouco. Se a crítica é negativa, vejo se o crítico está mesmo me dando um toque ou se escreveu aquilo só para “engrossar” jornal. Eu sempre tiro proveito – de qualquer tipo de crítica. Depois, tem outra coisa: uma novela fica sete meses no ar. Nesse tempo, você tem chances de acertar e de errar, e eu não desisto da batalha. Às vezes, é difícil, porque é um bombardeio de críticas, mas eu insisto. Claro que fico ansiosa pela estreia e pelo acontecimento da personagem, eu quero que nasça logo esse filho. Mas não tenho medo de crítica, porque acho que na vida tudo vem como aprendizado.

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ReproduçãoAs críticas pela atuação como protagonista de Negócio da China não chegaram a chateá-la?

Não. Não podemos pegar a culpa e colocar toda na nossa cota. Afinal, tem coisas que não dependem só do ator. Mas como somos nós que entramos na casa do telespectador, é a nossa cara que aparece na televisão. Ficamos mais vulneráveis às críticas.

Você ainda tem o hábito de se benzer ao chegar aos estúdios da Globo?

Todos os dias. Tenho um apego com a religião, com as coisas em que acredito. Eu me benzo para abençoar aquele dia de trabalho, para que aquele seja um dia bom. É quase que uma proteção para iniciar um dia bacana e produtivo.

Quando você fala em proteção, está pensando no preconceito de alguns colegas por você ser uma ex-Big Brother?

Houve muito preconceito mesmo, foi uma espécie de provação que eu tive de enfrentar, um momento difícil. Eu surgi como uma celebridade instantânea. E algumas pessoas que estão na dramaturgia há anos não conseguem essa visibilidade que eu consegui, de repente, a partir de um reality show. Mas acho que, com o passar dos anos, me vendo nos camarins e nos bastidores, elas estão percebendo que eu trabalho com seriedade. Eu quero aprender e, inclusive, com elas. Então, essa situação, graças a Deus, já mudou bastante. Pelas palavras que os atores me dirigem, quando encontro com eles, percebo que eles reconhecem meu empenho em fazer parte do meio, de melhorar como atriz. Porque eu sei o valor dessa oportunidade que tive e estou tendo. É quase como ganhar na loteria (risos). Eu aposto e vou continuar apostando todas as minhas fichas em estudar e aprender. Eu me agarrei a essa chance.

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A Flavia Alessandra, que deixa o horário das 19h com Caras e Bocas, acaba de posar novamente para a Playboy. Você repetiria o ensaio para a revista?

Não mais. Acho que passou a época. Eu topei fazer, quando saí do Big Brother, porque o cachê era muito bom e eu achava que não iria aparecer mais nenhuma oportunidade de trabalho na TV. Eu pensava que, mesmo ralando muitos anos, iria me aposentar sem ganhar o que a revista me ofereceu. Nunca tive vontade ou desejo de posar nua. Fiz pelo dinheiro. Então, hoje eu não toparia.

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