Governo israelense nega recursos a espetáculos de dança com nudez
Só em 2017, performances de três grandes festivais do país perderam subsídios por apresentarem corpos nus
Não é só no Brasil que a nudez nas artes provoca reações de grupos conservadores. Em Israel, a própria ministra da Cultura, Miri Regev, tem se colocado contra algumas performances artísticas controversas. Só em 2017, três grandes festivais do país sofreram interferências do governo.
O mais recente evento afetado foi o Jerusalem International Dance Week, importante encontro de grupos de dança de todo o mundo, que começou nesta terça-feira. Das 28 performances programadas, três foram impedidas de usar subsídios estatais por apresentar nudez total ou parcial. No começo de novembro, outro festival de dança, o Curtain Up, também passou por cortes. Em junho, no Israel Festival, uma das obras prejudicadas foi Pindorama, da coreógrafa brasileira Lia Rodrigues.
Para justificar sua posição, Regev e outros ministros de direita dizem ser contra o que eles chamam de “inclinação à esquerda e elitização das artes”. Eles têm atingido desde peças de teatro e produções de cinema à seleção de livros do currículo escolar e influenciado prestigiadas premiações de Israel.