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Galeria White Cube fecha filial brasileira após três anos

Casa inglesa que representa Damien Hirst, Tracey Emin, Anselm Kiefer, Baselitz e a brasileira Jac Leirner afirma que seu curto tempo de vida por aqui já estava planejado

Por Da Redação
6 jul 2015, 21h01

Em dezembro de 2012, a badalada galeria de arte inglesa White Cube abriu suas portas em São Paulo, nove meses após a inauguração da primeira filial fora da Inglaterra, em Hong Kong. Três anos depois, a casa que representa Damien Hirst, Tracey Emin, Anselm Kiefer, Baselitz, Andreas Gursky e a brasileira Jac Leirner encerra suas atividades na cidade. A White Cube paulistana era um projeto de apenas três anos, justifica o Departamento de Comunicação da matriz inglesa, que diz pretender manter laços comerciais com o Brasil e desenvolver “projetos especiais”, negando que a crise econômica esteja relacionada com o fechamento da galeria.

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O saldo das atividades em São Paulo não foi negativo, segundo os responsáveis pela galeria. “A White Cube São Paulo, na Vila Mariana, sempre foi um projeto de três anos, o de apresentar o trabalho de nossos artistas ao público brasileiro, sob a direção de Karla Meneghel e Peter Brandt. Acreditamos ter atingindo essa meta e estamos contentes com o sucesso do projeto.” A galeria, diz a matriz por e-mail, “não fechou as portas”. Ela vai continuar trabalhando em projetos especiais no Brasil, como o de Antony Gormley, que realizou em conjunto com o Centro Cultural Banco do Brasil, em 2012.

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De modo geral, o resultado comercial das operações da White Cube em feiras de arte brasileiras tem sido bom, garantem seus administradores. As vendas na galeria acompanharam esse saldo positivo das feiras. “Participamos de feiras brasileiras há anos e consideramos a experiência compensadora e produtiva, tanto em termos de público como de vendas. A galeria, de modo similar, obteve considerável êxito comercial e vai continuar a desenvolver projetos no Brasil e a participar de feiras.”

Brasileiros – O fato de a White Cube representar mais artistas estrangeiros que brasileiros não interferiu na decisão de encerrar as atividades, dizem os administradores. O resultado não teria sido melhor se a White Cube trabalhasse só com artistas brasileiros. “A exposição em cartaz, que será a última na Vila Mariana, exibe trabalhos de um brasileiro, Christian Rosa. Jac Leirner, que teve sua primeira individual na White Cube de Londres, em 2013, é também representada pela galeria, assim como Beatriz Milhazes, que expôs seus trabalhos, no começo deste ano, em nossa filial de Hong Kong. Tivemos ainda uma coletiva, Open Cube, na White Cube de Londres, em 2013, com curadoria de Adriano Pedrosa, que incluiu dezessete artistas brasileiros, entre eles Daniel de Paula, que teve uma individual na filial paulistana em 2014.”

Ainda como exemplos de brasileiros promovidos pela galeria, foi citada a exposição Até Aqui Tudo Bem, que teve como curadora Fernanda Brenner e cuja seleção incluiu artistas brasileiros emergentes ao lado de europeus e americanos já estabelecidos. “Sempre acreditando que a arte é um diálogo transnacional, a galeria mostrou no Brasil alguns dos artistas de maior projeção no cenário internacional, abrigando individuais de Tracey Emin, Julie Mehretu, Anselm Kiefer, Damien Hirst, Theaster Gates e Antony Gormley, entre outros”, cita a White Cube.

A White Cube tem uma filial em Hong Kong. O mercado de arte asiático seria mais atraente para a galeria? Ela teria planos de abrir filiais em outros países? “Cada mercado é diferente e tem distintas recompensas e desafios. Nunca pretendemos submeter as filiais a um modelo uniformizador, o que descarta a possibilidade de qualquer comparação.”

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A despeito da crise econômica que afeta o Brasil, o mercado de arte não se encontra exatamente numa situação ruim, considerando os últimos leilões em São Paulo e no Rio. As expectativas da White Cube em relação ao futuro desse mercado são bastante positivas. “Os anos recentes mostraram que já existe um mercado de arte bastante desenvolvido no Brasil, com museus fabulosos, artistas renomados internacionalmente e apoio desses nomes por parte das galerias comerciais brasileiras. Essa infraestrutura, aliada ao crescente número de colecionadores, sugere que o Brasil é um mercado sólido, informado e engajado, o que justifica certa esperança de que ele continuará crescendo.”

A White Cube organizou exposições importantes em São Paulo, como a de Anselm Kiefer, no começo deste ano. A galeria não revela o montante vendido na mostra, mas diz que muitos colecionadores brasileiros ficaram com obras do artista alemão, um dos maiores nomes ligados ao advento do neoexpressionismo europeu nos anos 1980. “Anselm Kiefer exibiu suas novas pinturas e algumas já integram importantes coleções brasileiras.” Esse trabalho, garante a White Cube, vai continuar nas feiras.

Galeristas reclamam que os altos impostos desestimulam a atuação no Brasil, mas esse não foi o caso da White Cube, garantem seus diretores. “Embora muitos reclamem dos impostos e dos entraves burocráticos para importar obras de arte, nós provamos que é possível para uma galeria estrangeira funcionar com sucesso no Brasil.”

(Com Estadão Conteúdo)

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