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Foi para a lona

'Creed II' retrocede em todos os passos diante do filme original e recicla até o mundo (e o cinema) pré-queda do comunismo

Por Isabela Boscov Atualizado em 25 jan 2019, 08h54 - Publicado em 25 jan 2019, 07h00

Creed, de 2015, é um exemplo de como combinar com critério — e sucesso — o familiar e o novo: o diretor Ryan Coogler, agora mais conhecido por Pantera Negra, pôs em cena pela sétima vez o personagem de Rocky Balboa repisando de maneira afetuosa os lugares-comuns dos filmes de boxe que o próprio Sylvester Stallone inventou — mas Coogler fez entrar também uma lufada de ar fresco nesse ambiente já meio abafado ao transformar Balboa no coadjuvante terno de um rapaz inexperiente e impaciente, Adonis “Donnie” Creed (Michael B. Jordan), filho de seu falecido adversário Apollo. Por meio de Donnie, o diretor ampliou a paisagem e a trilha sonora da série, acrescentando a jovem cena negra da Filadélfia aos já conhecidos recantos proletários de Balboa. Em parceria com a cinegrafista Maryse Alberti, partiu também para uma estética mais crua e, assim, trocou a melancolia que invadira a saga de Stallone por uma energia diferente. Creed II (Estados Unidos, 2018; já em cartaz no país), porém, retrocede tanto em sua visão que, sem alterações significativas, poderia se passar no mundo — e no cinema — pré-queda do comunismo.

Donnie tem agora de defender seu cinturão contra o desafiante Viktor Drago (Florian Munteanu), filho de Ivan Drago (Dolph Lundgren), com quem Apollo Creed lutou literalmente até a morte. Viktor é uma montanha de músculos, e foi treinado pelo pai nessa mesma tradição soviética: seu único modo operacional é espancar até matar. A esse clichê, o diretor de Creed II, Steven Caple Jr., soma inúmeros outros — até um bebê com problemas de saúde e um discurso diante do túmulo paterno entram na coleção. Antes mesmo de a luta começar, Creed II já foi para a lona.

 

Publicado em VEJA de 30 de janeiro de 2019, edição nº 2619

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