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Série ‘Fleabag’ dá vazão ao talento de Phoebe Waller-Bridge

No papel de uma heroína insaciável no sexo e sedenta por consolo espiritual, a atriz pode (e deve) brilhar no Emmy

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 20 set 2019, 10h17 - Publicado em 20 set 2019, 06h30

Desconfortável na sessão de terapia, a mulher de 30 e poucos anos se esquiva da psicóloga. Questionada se tem amigos, ela diz que sim, e olha para a câmera. O ato de cumplicidade é direcionado ao público que assiste a Fleabag, série cômica da BBC disponível no Prime Video, da Amazon. As olhadelas se repetem a todo instante ao longo das duas enxutas temporadas: a protagonista e também roteirista Phoebe Waller-Bridge mira a lente 232 vezes em doze episódios. Em alguns momentos, ela o faz com ironia — até durante o sexo conversa com a câmera. Em outros, desvia os olhos para esconder seus atos embaraçosos.

Gíria inglesa para pessoas desagradáveis, Fleabag é a alcunha da adorável protagonista sem nome da série, que soma onze indicações ao Emmy — será uma baita injustiça, aliás, se não levar alguns prêmios na cerimônia, que acontece na noite do domingo 22. Verborrágica e de forte apetite sexual, a moça incomoda a família, especialmente a madrasta (Olivia Colman, brilhante), e tem poucos amigos — daí a necessidade de recorrer à proximidade do espectador. Para quem a assiste, porém, ela é um deleite. Phoebe é não só ela própria um facho luminoso em cena: seu roteiro revela-se primoroso (não à toa, já ganhou a missão de escrever o próximo 007). Com sua troca de olhares com o público, a personagem promove a quebra sistemática da quarta parede — termo teatral que define a divisão imaginária entre palco e plateia. Frank Under­wood, presidente americano vivido por Kevin Spacey em House of Cards, provou o valor de pôr abaixo a quarta parede na TV. Mas Fleabag leva a tática às últimas consequências.

Lançada em 2016, a primeira temporada foi adaptada de um monólogo apresentado por Phoebe no Reino Unido. A vida sexual agitada da personagem é tratada sem moralismo, mas é sintoma da perda da mãe e da melhor amiga. Na segunda temporada, lançada neste ano, entra um dilema entre carne e espírito: enquanto tenta curar a alma, ela se apaixona por um padre bonitão (Andrew Scott). Na dúvida quanto a ser divina ou devassa, a moça opta por ambos os caminhos.

Publicado em VEJA de 25 de setembro de 2019, edição nº 2653

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