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Fim do mundo é mote para comédia romântica com Steve Carell

Longa da estreante Lorene Scafaria tem boas atuações, mas peca pelos clichês

Por Meire Kusumoto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 31 ago 2012, 16h48

Como as pessoas se comportam quando descobrem que um asteroide está se aproximando da Terra e que, em alguns dias, toda a humanidade será destruída? No sério Melancolia, de Lars Von Trier, o fato pode ter desdobramentos dramáticos. Já na comédia Procura-se um Amigo para o Fim do Mundo, da iniciante Lorene Scafaria (de Nick e Norah – Uma noite de Amor e Música), a solução é leve – senão fútil – para um dos maiores temores humanos. Em vez de se aprofundar numa discussão psicológica, o longa e se transforma em mais uma comédia açucarada, com o diferencial de que, aparentemente, o final não será tão feliz assim.

Dodge (Steve Carell) é, ironicamente, um vendedor de seguros de vida. Ele é abandonado por sua esposa, Linda (Nancy Carrell, a mulher de Steve Carell, na vida real), quando o casal descobre que a Terra está para ser destruída. Alguns dias depois, ele conhece sua excêntrica vizinha Penny (Keira Knightley), que também terminou um relacionamento. Juntos, eles percebem que não podem morrer sem antes se ver livres de pendências: Dodge quer reencontrar uma ex-namorada e Penny quer se reunir com a família na Inglaterra.

https://youtube.com/watch?v=–UP3BNn1Ic

Aí começa a viagem dos dois pelos problemas mal resolvidos da vida. Na jornada, eles se deparam com as reações das pessoas diante do fim que se aproxima: alguns grupos começam uma rebelião, ateando fogo pela cidade, outros se veem livres das amarras sociais e podem, finalmente, adentrar uma fantasia em que ninguém é de ninguém. Nesse momento, é possível fazer uma pequena reflexão sobre o que o filme mostra e questionar quanto da sociedade estabelecida se definiu por arbitrariedades que perdem sentido à beira da destruição.

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Se o filme continuasse nessa linha, teria um diferencial em relação às histórias sobre o fim do mundo que dão menos importância às pessoas que às labaredas, ondas gigantes ou asteroides. No entanto, o longa de Lorene não vai nem por um nem por outro caminho. Ele prefere dar destaque para o romance que surge entre Dodge e Penny, com todos os clichês possíveis.

Dodge não está em busca de sua ex-namorada do colegial para “amarrar as duas pontas da vida”, como diria Bentinho de Machado de Assis. Não é o desejo de colocar um ponto final em seu passado que o move, mas simplesmente a necessidade de encontrar alguém que o queira. Ele é o velho “loser” do cinema: o certinho abandonado pela esposa, com trabalho mediano, vida mediana. A partir de um determinado momento, tem seu dia a dia iluminado pela inesperada presença de Penny, a moça bagunçada e esquisita do andar de baixo. É a conhecida história dos opostos que se atraem.

Mas Procura-se um Amigo para o Fim do Mundo tem lá suas cartas na manga: a boa atuação de nomes de peso e a trilha sonora com hits de The Beach Boys e The Walker Brothers. Apesar do clichê, Steve Carell e Keira Knightley funcionam bem como o vendedor desinteressante de seguros e a vizinha maluca com risada histérica. Numa sequência que não deixa de ser engraçada, eles encontram um caminhoneiro suicida, interpretado por William Petersen, o eterno Gil Grissom da série CSI: Crime Scene Investigation. Aliás, vários outros nomes do filme foram consolidados em séries de televisão, como o de Adam Brody (o Seth Cohen de The OC), que dá vida ao namorado indie de Penny e o próprio Carell, conhecido por seu papel em The Office – além do quase clássico filme O Virgem de 40 Anos.

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