Filme ‘Marias’ lança olhar delicado sobre fé e universo feminino
Documentário acompanha viagem pela América Latina desvendando a importância cultural e religiosa da figura de Nossa Senhora
Ao longo de quatro anos, a diretora Joana Mariani visitou cinco países da América Latina, incluindo o Brasil, para tentar responder uma questão essencial para o católico (e não pouco intrigante para os que não têm fé): por que Nossa Senhora é tão importante para algumas pessoas? Para isso, Joana mostra festas marianas de diferentes culturas e, o mais interessante: belas histórias de mulheres com Maria no nome e como elas se relacionam com a santa. O resultado é Marias – A Fé no Feminino, em cartaz nos cinemas desde a última quinta-feira, um dos documentários mais delicados e profundos já realizados sobre crença e o universo feminino.
Um dos relatos mais marcantes é o da artista plástica Maria Helena Chartuni que, na década de 70, restaurou a imagem de Nossa Senhora Aparecida, quebrada em 200 pedaços depois de um atentado. Maria conta a transformação que o trabalho lhe causou. “Eu já tinha restaurado obra de Renoir, Rafael, Monet. Mas nada foi tão marcante como aquele trabalho. Me via sozinha com a imagem, diante daqueles cacos diante de mim, tão difíceis de serem recolocados e pensava – minha vida estava assim também”.
Ao fim de uma hora e quinze minutos de filme, o espectador, certamente, terá a resposta buscada no filme. Pessoal. Íntima.