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Festival de Veneza: Alfonso Cuarón ousa com ‘Gravidade’

O longa se insere em uma corrente bastante atual do cinema, em que contar a história ou aprofundar-se na psicologia dos personagens é menos importante do que fazer o espectador embarcar em uma jornada com eles

Por Mariane Morisawa, de Veneza
28 ago 2013, 17h52

Foram sete anos até Alfonso Cuarón lançar um filme depois de seu último, Filhos da Esperança. A espera valeu a pena. Gravidade, que abriu oficialmente na noite desta quarta-feira o 70º Festival de Veneza, fora de competição, deixou perplexa boa parte da plateia de jornalistas na sessão de imprensa.

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Todo o aparato usado para fazer um filme inteiro simulando a gravidade zero, na verdade, está a serviço de uma ficção científica realista e existencialista. Ryan Stone, a personagem de Sandra Bullock, sofreu uma grande perda na Terra e perdeu a vontade de viver. “Os detritos espaciais são uma metáfora para as adversidades por que passamos”, disse Cuarón. “Queríamos diminuir a trama ao mínimo e confiar apenas nos personagens.”

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Cuarón lançou mão de novas tecnologias para fazer o longa. Em alguns momentos, Sandra Bullock estava suspensa por 12 cabos diferentes. Em outros, ficava isolada em um cubo de luz. Também podia ter seu corpo preso da cintura para baixo ou contar com controladores de marionetes para manipular seus membros.

“É muito difícil se acostumar com a maneira como as coisas agem e reagem na gravidade zero”, contou o cineasta em entrevista coletiva no início da tarde. “Para os animadores que fizeram as cenas em CGI, foi um pesadelo, porque eles vêm do desenho, que trabalha com noções como horizonte e peso, inexistentes aqui.”

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Para os atores, não foi diferente. “O filme foi desafiador tanto física quanto mentalmente”, disse Sandra Bullock. “Eu só tinha Alfonso ou música na cabeça. Sempre ficava feliz quando podia ouvir a voz de George ou ver um pedaço do seu corpo.” Clooney elogiou a companheira de elenco e amiga. “O pior é que ela precisava se mover devagar, mas falar rápido. Quando cheguei ao set, disse que eles eram loucos.” Sua preparação foi mais simples. “Só usei a bebida mesmo”, disse, provocando risos.

‘Future Reloaded’ – A compilação que celebra os 70 anos do Festival de Veneza também foi exibida para a imprensa na manhã da quarta-feira. Future Reloaded traz microcurtas de 60 a 90 segundos de 70 cineastas diferentes. O primeiro é do brasileiro Karim Aïnouz, em que um homem procura alguma coisa num lago. Júlio Bressane faz uma colagem de alguns dos seus longas. Bernardo Bertolucci filma com a câmera baixa, rente ao chão, o percurso de alguém em cadeira de rodas – o próprio cineasta, que faz uso de uma desde uma malsucedida cirurgia de coluna.

O chinês Jia Zhangke mostra pessoas assistindo a filmes nos mais diversos suportes, de tablets a telefones celulares. Muitos diretores escolheram mostrar os olhos – é frequente a associação desses órgãos com o cinema. No geral, como todo filme desse tipo, não há muita coesão. Alguns foram feitos com cuidado, outros, nem tanto, e o resultado é bem desigual.

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