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Fernanda Souza ressalta união do elenco, mas ‘Muita Calma 2’ é fraco como o primeiro

Em entrevista ao site de VEJA, atriz fala da boa relação entre os atores, quase todos grandes nomes do humor nacional, e de como é voltar a uma mesma série, anos depois. Franquia, no entanto, não evolui com roteiro televisivo repleto de esquetes

Por Rafael Costa
17 jan 2014, 15h20

Um elenco recheado de talentos do humor brasileiro em um filme composto de esquetes. Essa é a descrição mais simples de Muita Calma Nessa Hora 2, comédia nacional que estreia nesta sexta-feira, quatro anos após o lançamento do primeiro episódio da franquia. No longa, a atriz Fernanda Souza (hoje em Malhação) volta a se unir a Gianne Albertoni, Andréia Horta e Débora Lamm no longa que marca o reencontro das quatro protagonistas da franquia, após anos de afastamento em que tocaram as próprias vidas. “Anos depois, a gente ainda sabia representar as meninas. E isso é muito gostoso, quer dizer que o trabalho de preparação do primeiro filme foi bem feito”, diz a atriz.

Fernanda faz parte do núcleo central da história, mas, verdade seja dita, neste segundo longa da marca é o elenco coadjuvante que ganha destaque. Como boa parte das produções de comédia nacional, o filme escrito por Bruno Mazzeo cumpre o objetivo de entreter o espectador, mas não faz o espectador chorar de rir. Destaque para os enredos formados por Nelson Freitas e Maria Clara Gueiros, que enfrentam problemas para manter uma humilde pousada no Rio de Janeiro e são ameaçados por um mafioso latino interpretado por Marco Luque, e para o núcleo musical, que conta com o cantor de sertanejo universitário Renan (Bruno Mazzeo) e a banda Los Cunhados – sátira dos Los Hermanos -, liderada pelo ator do grupo de humor Porta dos Fundos, Rafael Infante. Marcelo Adnet retorna com o personagem Augusto Henrique, um paulistano com sotaque marcado, e também sobressai em todos os momentos em que aparece.

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“Todas as pessoas que participam são nossos amigos, pessoas de que a gente gosta, com quem tem afinidade”, disse Fernanda, que garante não haver competição, entre o elenco, para ver quem vai ter mais brilho na tela. “A gente se preocupa em fazer uma história legal, divertida, um filme gostoso de ver.”

Outro ponto que pode ser considerado um mérito da sequência é o de evitar se apoiar no humor pastelão, carta marcada em muitas produções do gênero no país, mas que aparece sem exagero nesse caso. As participações de Rafael Infante e do ator Luis Lobianco, ambos do Porta dos Fundos, grupo que faz um humor considerado mais inteligente, também contribuem para um equilíbrio maior no filme, que de quebra ganha em visibilidade, já que o coletivo carioca é hoje o principal produto do humor nacional. “Os nomes vão sendo trazidos por afinidades pessoais. Não vou mentir e dizer que não existe esse pensamento de potencializar o trabalho com esses talentos que estão em evidência”, admite o diretor, Felipe Joffily, presente à divulgação para a imprensa, onde Fernanda falou com o site de VEJA.

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O filme, no entanto, deixa a desejar em diversos momentos. O roteiro, além de não ser ancorado em uma grande história, é carente de sequências mais bem desenvolvidas e empolgantes. As protagonistas, por exemplo, não enfrentam de fato um conflito capaz de deixar o espectador interessado no desenrolar da história. “No primeiro, grosso modo, tinha a história das meninas e nesse a gente tem um longa de vários personagens ao mesmo tempo, tanto é que nós, meninas, temos poucas cenas juntas”, reconhece Fernanda. Apesar de os dois filmes da franquia contarem com um elenco inchado, é notável que em Muita Calma Nessa Hora 2 o diretor e o roteirista perderam um pouco a mão e fizeram do longa-metragem uma mera sequência de esquetes.

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Em uma leitura mais generosa do longa, Fernanda diz que Muita Calma Nessa Hora 2 é “mais gordo em relação às piadas e situações engraçadas” e destaca as releituras de piadas e outras tiradas do original como os bordões do “paulistano da gema” interpretado por Adnet. “É uma boa sacada, o público gosta dessas cenas e elas acontecem de outro jeito no segundo filme”, afirma a atriz. Confira a entrevista de Fernanda Souza para o site de VEJA:

Qual é a principal dificuldade em continuar um personagem em uma sequência? Não tem dificuldade. É um prazer continuar contando uma história, continuar vivendo um personagem de que você gosta. Encontro muita menina falando: “Sou muito a Aninha, me identifico com ela” e para mim é um prazer fazer parte, de alguma maneira, da vida das pessoas, fazer um trabalho com que elas se identifiquem.

O entrosamento do elenco tende a ser maior de um filme para outro. Fazer o segundo longa foi mais fácil que o primeiro? No primeiro, a gente fez uma preparação intensa com o Felipe (Joffily, diretor) para encontrar o tom, entender as personagens. E esse trabalho foi tão completo que agora no segundo está todo ali. Tem uma cena no filme em que nós (Fernanda Souza, Andréia Horta, Gianne Albertoni e Débora Lamm) estamos almoçando juntas e, como sempre aconteceu, desde o primeiro, fomos ensaiar e já estava tudo certo. Parece que as personagens existiam ainda. Mesmo cinco anos depois, a gente continuava sabendo representar as meninas. E isso é muito gostoso, quer dizer que o trabalho do primeiro foi bem feito.

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Com um elenco tão grande, alguns coadjuvantes parecem ganhar mais destaque que o enredo principal, não? A gente nem se preocupa com isso. A gente se preocupa em fazer uma história legal, divertida, um filme gostoso de ver. Todas as pessoas que participam são nossas amigas, pessoas de que a gente gosta, com quem tem afinidade, então existe uma torcida grande de todo mundo por todo mundo. Enquanto fazemos as cenas, nós assistimos outras e damos risada. Somos uma equipe.

O que o público pode esperar de diferente entre o primeiro filme e o segundo? Esse filme é mais gordo em relação às piadas e situações engraçadas, além de ter releituras das piadas do anterior, como a dos tombos da Aninha, e a da cena em que o Adnet fala: “Meus equipamentos, cheio de vomíto (sic)”. É uma boa sacada, o público gosta dessas cenas e elas acontecem de outro jeito no segundo filme. No primeiro, grosso modo, tinha a história das meninas e nesse a gente tem um longa de vários personagens ao mesmo tempo, tanto é que nós, meninas, temos poucas cenas juntas. Então, é um filme em que todo mundo tem o seu tempo.

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Você se inspirou em alguma atriz ou personagem conhecido para interpretar a Aninha? Não. No primeiro filme, a gente fez um exercício interessante, o Felipe pediu para a gente pensar de que tipo de música elas gostariam, que tipo de roupa elas usariam, a que tipo de lugar elas gostariam de ir, para descobrir essas personagens. Então, não pensei em ninguém especificamente, pensei na personagem, no que ela gostava, tanto que as roupas da Aninha no primeiro filme têm muita bolinha, coisinhas, estampinhas, é quase como a gente chama de moiré, que nada mais é que uma confusão na imagem, que é como a Aninha é. Ela é confusa, e a gente pensa essa confusão até no figurino. Eu vejo a Aninha como uma menina simples, que tem seus momentos de confusão e que tenta sobreviver com a personalidade que tem. E procuro fazer a personagem de um jeito leve para o público se identificar com ela. Eu tenho uns momentos de Aninha, às vezes fico indecisa quando quero comprar uma blusa, tem uma azul, uma preta e uma verde, e eu não sei qual eu quero. Mas no geral não sou muito parecida com ela, por isso é gostoso fazer a personagem.

A característica principal da personagem é ser indecisa. É mais difícil fazer uma personagem com uma só característica tão marcante? Eu acho gostoso. Você cria uma espécie de marca, que as pessoas ficam esperando. As meninas, a Débora (Lamm) e a Andréia (Horta), viram o filme e falaram: “Mas a Aninha está muito fofa nesse filme, muito confusa, engraçada”. Essa característica faz a pessoa se aproximar mais do personagem, se identificar com ele.

Você segue em Malhação este ano ou tem outra novela em vista? Bom, quando a temporada termina, muda o elenco, então acredito que fico na Malhação até maio apenas. Depois, devo tirar alguns dias de férias e marcar uma turnê para junho, ou julho, nos Estados Unidos, da minha peça (Meu Passado Não Me Condena). Quando voltar, vou ver se consigo entrar em cartaz em São Paulo ou no Rio, onde o pessoal pede muito o espetáculo e ele ainda não estreou por causa da minha agenda. Em outubro, começo a pensar em voltar para a TV de novo. E tem o Muita Calma Nessa Hora 3, que eu já me deixei à disposição para começar amanhã, se eles quiserem (risos).

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O que acha de participar de Malhação depois de ter feito várias novelas e séries na Globo? Há atores que se queixam de voltar para a novelinha… Eu sou uma atriz. Para mim, trabalho é trabalho, personagem é personagem, não tem essa. Eu gosto de atuar, de fazer meu trabalho, de exercer minha profissão, é isso que é importante para mim.

E o casamento com Thiaguinho, você começa a organizar este ano? Quando vocês pensam em ter filhos? Eu nem casei e vocês já estão perguntando de filhos? Gente, que pressa é essa? Calma, eu sou muito nova ainda (risos). Eu penso daqui a algum tempo, mas primeiro eu vou planejar o casamento, que vai ser em fevereiro de 2015.

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