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‘Expresso do Amanhã’ é a originalidade que falta ao cinema

Sul-coreano Boon Joon Ho investe em atmosfera quase surrealista e violência estilizada para contar história de uma espécie de Arca de Noé em forma de trem

Por Mariane Morisawa, de Berlim
7 fev 2014, 19h46

Como não pôde vir a Berlim para apresentar seu filme Expresso do Amanhã na seção Forum, na noite da sexta-feira, o cineasta sul-coreano Boon Joon Ho mandou um vídeo simpático explicando que estava atuando como diretor de segunda unidade de um longa-metragem do qual é produtor e oferecendo-se para trabalhar como voluntário no Festival de Berlim no ano que vem. Ainda terminou mostrando cadáveres (de mentira, claro) arrastados pelo deck de um navio, e mandou beijos para Tilda Swinton, que estava presente na exibição, assim como para o produtor Park Chan-wook (diretor de Oldboy e Segredos de Sangue) e os atores John Hurt, Song Kang-ho e Asung Ko.

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Lá no último vagão fica a camada mais baixa do que restou da sociedade, tratada à base de paulada e alimentada com uma geleca de proteína. O líder espiritual dessa turma é Gilliam (John Hurt), que colocou ordem naquele segmento do trem em que só havia o caos absoluto. Ele prepara Curtis (Chris Evans) como cabeça de uma potencial rebelião contra o poderoso e misterioso Wilford (Ed Harris), uma espécie de Mágico de Oz que controla tudo e todos com uma Máquina que investe de poderes místicos. Seu braço direito é a puxa-saco Mason (Tilda Swinton, com uma dentadura que deixa sua personagem patética). Ator-fetiche de Park Chan-wook, Song Kang-ho faz o guardião das chaves das portas que abrem os outros vagões.

O filme não é o primeiro a entrar na onda pós-apocalíptica que vem dominando os cinemas (e a televisão). Mas, aqui, há o desafio de encerrar a ação inteira dentro de um trem e uma atmosfera quase surrealista que torna frequentes as cenas bizarras – é esse, afinal, o atrativo de boa parte do cinema sul-coreano, certamente aquele feito pelo produtor Park Chan-wook. A violência estilizada também continua sendo um ponto fundamental para as produções do país. Então, é preciso embarcar de espírito aberto para se divertir (e não ficar procurando realismo) em vários momentos do tipo “oi?” que pipocam no longa. Expresso do Amanhã é irregular, mas pelo menos original, o que já é alguma coisa no cenário atual do cinema.

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