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Ex-stripper atua ao lado dos filhos em filme sobre sua vida

'Party Girl' conta a história de Angélique, uma sessentona que vê em um pedido de casamento feito por um cliente a chance de se reaproximar da família

Por Flávia Ribeiro
5 out 2014, 20h31

Angélique Litzenburger é uma stripper sessentona que se senta noite após noite no bar da boate em que trabalha, bebendo além da conta enquanto vê a clientela masculina rarear, migrando para moças mais jovens. Um velho cliente, no entanto, aponta uma saída: homem de bom coração e completamente apaixonado por ela, Michel (Joseph Bour) a pede em casamento. É a senha para que Angélique se reaproxime dos quatro filhos, inclusive da caçula, Cynthia, de 16 anos, tirada dela pelo serviço social e entregue a um lar adotivo. Mais interessante do que o enredo do longa francês é a bagagem que o acompanha: o filme é baseado em uma história real e Angélique, seus filhos e netos são interpretados por eles mesmos – um deles, por sinal, é Samuel Theis, um dos diretores da produção, ao lado das cineastas Claire Burger e Marie Amachoukeli-Barsacq.

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Os outros filhos são Mario Theis e Séverine e Cynthia Litzenburger, com a adição de Alyssia e Nathanaël, filhos de Séverine. Nenhum trabalhou como ator antes, nem pretende seguir a profissão, com exceção da própria Angélique, que se encantou com o mundo do cinema, e de Samuel, que já era cineasta. Foi dele a ideia de fazer o filme, que surgiu durante o casamento da mãe. “Na festa, fiquei me perguntando o que uma mulher que trabalhou 35 anos em uma boate de strip faz quando seu corpo não permite mais exercer a profissão. Como ela sai disso? Como vive depois? É possível ter uma vida convencional? Eu sentia, o tempo todo, que o que a minha mãe tinha por aquele homem não era amor. Era a necessidade de segurança”, conta Samuel.

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A maior dificuldade, no início, foi fazer Angélique aceitar expor sua vida e seus sentimentos. Ela não concordou imediatamente, com medo do que os outros pensariam dela. “Foi difícil para mim, não me senti confortável. Mas depois aceitei porque eram meus filhos ali. Tinha total confiança neles, de que eles não manipulariam os acontecimentos”, afirma Angélique, dona de olhos tristes, que chamam a atenção na tela: “Sim, é uma tristeza que vem da vida. Primeiro, porque nunca vivi uma história de amor. Depois, por causa da situação da Cynthia”, comenta, referindo-se à filha que foi tirada dela e dada para a adoção.

A força do afeto dos filhos, inclusive de Cynthia, por Angélique pontua grande parte do filme. Segundo Samuel, mesmo tendo pais diferentes e infâncias diversas, o amor incondicional dos filhos por ela é real. “Você não tem que inventar as relações da história. Os laços são reais, ancorados em nossas próprias memórias. Havia muita confiança e sinergia, às vezes esquecíamos que estávamos fazendo um filme. Era algo natural, mas também era um trabalho profissional. Um trabalho sério de ator, porque tivemos que recriar situações e sentimentos vividos”, avalia ele, lembrando que houve licenças ficcionais no longa.

Party Girl faz parte da mostra Expectativa do Festival do Rio e tem sessões neste domingo, às 21h45, no Estação Ipanema 2; e esta segunda, às 16h30 e às 21h30, no São Luiz 3.

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Imagem do filme 'Party Girl', sobre prostituta que se reconcilia com os filhos. A história é real e o elenco, os próprios personagens do caso
Imagem do filme ‘Party Girl’, sobre prostituta que se reconcilia com os filhos. A história é real e o elenco, os próprios personagens do caso (VEJA)
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