Estilista Pedro Lourenço troca Paris por ‘desfile virtual’
Segundo a assessoria de imprensa, faltou “tempo hábil” para a captação do dinheiro no mês passado através da Lei Rouanet -- 2,8 milhões de reais
O estilista brasileiro Pedro Lourenço, autorizado a captar 2,8 milhões de reais via Lei Rouanet em agosto para realizar um desfile na Semana de Moda de Paris, não exibirá mais a sua coleção na passarela para poucos convidados. Em vez disso, ele realizará um “desfile virtual” no próximo dia 1º de outubro, durante o evento, que acontece entre 24 de setembro a 2 de outubro.
Em nota oficial, a assessoria de imprensa de Lourenço afirmou que faltou “tempo hábil” para a captação do dinheiro público no mês passado. Por isso, o lançamento da coleção Spring Summer 2014, inspirada em Carmen Miranda, será realizado apenas com recursos da própria marca. “Nesta apresentação digital, seguida de encontros com a imprensa, não há recursos oriundos da Lei Rouanet — o projeto foi aprovado pelo Ministério da Cultura em agosto passado e não haveria tempo hábil de captação”, diz o comunicado da assessoria.
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Quando perguntado pela reportagem de VEJA em agosto a respeito do incentivo financeiro autorizado pelo Ministério da Cultura, o estilista afirmou que se trata de uma “nova percepção do governo” em relação à moda como manifestação cultural. “Tem muita empresa quebrando no Brasil. Se o Cristian Lacroix quebrasse, teria um superincentivo na França. Ele é o que Clô Orozco (morta em março) era aqui (Pedro mora em Paris). Quando ela quebrou, ninguém olhou”, afirmou, citando a estilista que cometeu suicídio em situação financeira delicada.