Estilista John Galliano busca redenção em evento judaico
Designer foi demitido da Dior, em 2011, após comentários antissemitas
O estilista John Galliano ainda busca se recuperar do escândalo de 2011, quando ele foi demitido da Dior por causa de comentários antissemitas. Seu mais recente passo para a redenção foi participar de um evento judaico organizado pela Sinagoga Central de Londres, ao lado do rabi Barry Marcus, na noite de quinta-feira. Segundo o site do jornal britânico The Guardian, o discurso foi bem recebido, e ele foi aplaudido no final.
“Eu sou um alcoolatra. Um viciado”, disse. “Isso não é desculpa. Nós alcoolatras não somos responsáveis por nossa doença. Porém, tomo a total responsabilidade pela minha recuperação e pelos meus erros”, disse o estilista, antes de afirmar estar em tratamento. Segundo ele, o alcoolismo se desenvolveu com a pressão do trabalho na Dior e a rapidez do mercado de moda, que exigia dele 32 coleções por ano. Ao ser questionado se ele teria deixado a Maison se não fosse demitido, ele respondeu: “Acho que eu já estaria morto”.
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Recentemente, o estilista voltou ao trabalho como diretor criativo da grife belga Maison Margiela e tem tentado recuperar sua reputação. “Eu culpava a todos pelo ocorrido, mas agora não tenho mais ressentimentos. Eu assimilei o que aconteceu e qual foi minha culpa no processo”, diz.
Em fevereiro de 2011, o estilista foi detido, em Paris, acusado de dirigir insultos antissemitas a um casal no terraço de um café, no bairro do Marais, conhecido por ser um reduto da comunidade judaica na cidade francesa. Galliano estava embriagado. Após o ocorrido, ele passou um tempo em uma clinica de reabilitação e foi condenado na França a pagar 6.000 euros (cerca de 20.000 reais) por comentários racistas.
Agora, o designer diz que encontrou seu “caminho espiritual”. “Deus está no controle, não eu. Antes era minha vontade, agora é a de Deus”, disse.